Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Defensoria pede dispensa de fiança de torcedor do Boca acusado de racista
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A Defensoria Pública de São Paulo pediu, na última terça (5), que o único torcedor do Boca Juniors que segue preso sob a acusação de praticar atos racistas na Neo Química Arena seja dispensado do pagamento de fiança para responder ao processo em liberdade.
Um dos argumentos usados é o de que a manutenção de sua prisão representaria a criminalização da pobreza. A fiança foi estipulada em R$ 20 mil.
José Rolambo Lisa Ragga havia sido indiciado por injúria racial, mas foi denunciado por racismo pelo Ministério Público, juntamente com outros dois torcedores do time argentino. Só que a dupla pagou fiança de R$ 20 mil e responde ao processo em liberdade. Os três foram detidos no primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores entre Corinthians e Boca, em Itaquera, no último dia 28.
"Com efeito, o indiciado não possui condições financeiras para realizar o pagamento da fiança arbitrada sem prejuízo de seu sustento", diz trecho do pedido feito pela Defensoria Pública por meio de Bernardo Faêda e Silva.
O defensor alega que o fato de o torcedor ser assistido pela Defensoria Pública já "demonstra a completa escassez de recursos financeiros para satisfazer o pagamento de qualquer valor determinado".
"Sublinhe-se, outrossim, que o acusado fora denunciado junto a outros dois indivíduos, os quais já se encontram em liberdade em função do pagamento do montante da fiança. Nesta toada, a permanência da custódia cautelar do acusado aponta verdadeira criminalização da pobreza, vez que apenas ele, por exclusiva condição de vulnerabilidade social, permanece detido preventivamente", ressalta a Defensoria Pública.
Ragga foi preso em flagrante por injúria racial sob a acusação de ter feito gestos imitando macacos para os torcedores corintianos.
Para que a prisão em flagrante seja transformada em preventiva, a pena máxima prevista deve ser superior a quatro anos, mesmo em casos de racismo, que é crime inafiançável.
O torcedor do Boca está sujeito a uma pena de um a três anos de reclusão. Por isso, o defensor público entende que não é lícita a manutenção do "encarceramento antecipado" (antes de eventual condenação). Até a conclusão deste post, não havia resposta para o pedido de dispensa de fiança.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.