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Perrone: Caos no Boca engrossa maior rivalidade internacional sul-americana
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A crise instalada no Boca Juniors após a eliminação nas oitavas de final da Libertadores diante do Corinthians apimenta o que é a maior rivalidade entre times de países diferentes na América do Sul.
Na opinião deste colunista, a final da Libertadores de 2012 e os confrontos seguintes entre as duas equipes consolidaram Corinthians x Boca como a maior rivalidade no continente envolvendo times de diferentes nacionalidades.
Claro que todos os confrontos entre equipes brasileiras e argentinas são carregados de rivalidade. Porém, a frequência com que Corinthians e Boca têm se enfrentado na Libertadores e a dramaticidade dos jogos conferem ao duelo status de número 1 neste quesito no momento na minha avaliação. Por estar mais quente atualmente, supera, por exemplo, o tradicional Santos x Boca.
Em 2012, a final entre Corinthians e Boca foi especial por ter dado o primeiro e até aqui único título continental aos corintianos. O apetite por revanche ficou do lado argentino.
No ano seguinte, o Boca eliminou o Alvinegro nas oitavas de final, no Pacaembu, em partida marcada por erros do árbitro paraguaio Carlos Amarilla.
A eliminação tirou do clube paulistano a chance de seguir brigando pelo bicampeonato continental. A ferida nunca cicatrizou. Sempre que os dois times se enfrentam, torcedores corintianos alimentam o espírito vingativo.
Na última sexta (8), por exemplo, em entrevista ao UOL, Mário Gobbi, presidente do Corinthians na ocasião, lembrou com mágoa daquela eliminação e falou que seu time foi "operado".
Em 2022, aconteceram dois jogos na fase de grupos. No primeiro, corintianos reclamaram do tratamento recebido da polícia argentina e das condições que encontraram no estádio do rival.
Na última terça (5), nos pênaltis, o Timão eliminou o time argentino na Bombonera. O Santos havia sido o único clube brasileiro a tirar o Boca da Libertadores em seus domínios, o que dá a dimensão épica de feito dos jogadores treinados por Vítor Pereira.
Desde então, a agremiação argentina sangra. O treinador Sbastián Battaglia foi demitido. A imprensa local expôs atritos que relata terem ocorrido entre líderes do elenco e a diretoria na véspera do jogo decisivo com o Corinthians.
Após a eliminação, rolou até pichação num dos muros da Bombonera, protesto que nos é familiar após derrotas marcantes de grandes times brasileiros em clássicos nacionais. No caso argentino, o alvo foi Juan Román Riquelme, ídolo do Boca e atual vice-presidente do clube.
As marcas deixadas sugerem que os torcedores xeneizes não esquecerão cedo a eliminação diante do Alvinegro. Muitos deles já devem ter anotado, novamente, o Corinthians em sua lista de vinganças a serem feitas, o que engrossa a rivalidade entre os dois clubes.
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