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Caixa terá direito a 30% de venda de jogador se Corinthians ficar em atraso
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Em entrevista à Jovem Pan, Daniella Marques, presidente da Caixa Econômica Federal, revelou que entre as garantias dadas pelo Corinthians no novo acordo com o banco estão receitas referentes à venda de jogadores e direitos de transmissão. A coluna apurou que essa garantia é de 30% do dinheiro arrecadado com a negociação de atletas e com as cotas de TV referentes ao contrato com a Globo ou outros que venham a ser assinados.
O clube não comenta o trato. Porém, a diretoria admite, sem entrar em detalhes, que as garantias citadas pela presidente da Caixa foram realmente dadas.
Ficou combinado que, se o Alvinegro estiver inadimplente por um determinado período, o banco receberá 30% da receita da agremiação com negociações de atletas que serão usados como garantia. Se for preciso, o banco também poderá ficar com cotas de TV.
A Caixa exigiu essas e outras garantias para fechar a renegociação da dívida gerada pela operação financeira relativa à construção da arena corintiana. A ideia é se proteger de eventuais longos períodos de inadimplência.
Em entrevista à Jovem Pan, Daniella Marques disse apenas que o trato traz "garantias envolvendo a bilheteria do estádio, a venda de direitos de transmissão de jogos, a cessão de alguns jogadores, para que a gente reforce garantias e recupere esses recursos".
A direção corintiana, porém, entende que os moldes do novo acordo favorecem o pagamento em dia, sem que o banco tenha que executar as garantias.
O contrato inicial havia ficado inviável na opinião dos cartolas. Ele previa que toda a receita de bilheteria fosse destinada para o pagamento da dívida.
Pelas contas iniciais da diretoria, entre 50% e 60% da verba gerada pela venda de ingressos serão usados para a quitação do débito. Outros recursos podem ser utilizados. Além disso, todo dinheiro obtido com a venda dos Naming Rights da arena para a Neo Química vai diretamente para o pagamento das prestações.
A renegociação permite que seja encerrado o processo aberto pela Caixa, em 2019, contra a Arena Itaquera, empresa criada por Odebrecht e Corinthians para viabilizar a construção da arena.
Alegando atrasos nos pagamentos referentes ao financiamento de R$ 400 milhões feito no BNDES por intermédio da Caixa, o banco estatal executou o contrato. Exigiu de uma vez o recebimento da dívida total e cobrou multa. A cobrança inicial era de cerca de R$ 536 milhões. O débito atualizado até janeiro de 2022 é de aproximadamente R$ 611 milhões.
Ficou estabelecido no acordo que o Corinthians pagará os juros entre 2023 e 2024 em parcelas trimestrais. A primeira parcela vence em março do ano que vem, o que dá fôlego financeiro para o alvinegro.
Entre 2025 e 2041, o Corinthians precisa pagar a dívida principal, também trimestralmente.
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