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OPINIÃO

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Perrone: Não é só VP. Veja os mais pressionados do Corinthians em 'decisão'

Técnico Vítor Pereira no comando do Corinthians em jogo do Brasileirão em julho de 2022 - Marcello Zambrana/AGIF
Técnico Vítor Pereira no comando do Corinthians em jogo do Brasileirão em julho de 2022 Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

17/08/2022 04h00

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No Corinthians, não é só Vítor Pereira que estará sob forte pressão no duelo desta quarta (17) contra o Atlético-GO pelas quartas de final da Copa do Brasil. Confira quem são os mais pressionados no clube, que precisa vencer na Neo Química Arena por ao menos três gols de diferença para ir às semifinais. Ou aplicar vantagem de dois tentos e buscar a vaga nos pênaltis.

Vítor Pereira

O treinador divide opiniões na torcida e no Conselho Deliberativo do clube. Uma parte quer sua demissão em caso de eliminação. Entre eles existem os que avaliam que a troca de técnico já deveria ter ocorrido após a queda na Libertadores, com duas derrotas para o Flamengo nas quartas de final.

Decisões apontadas como erros na escalação, entre elas, Piton na lateral esquerda no lugar de Fábio Santos em jogos decisivos e Cantillo como primeiro volante na primeira partida eliminatória com o rubro-negro, fazem parte do arsenal dos críticos.

A falta de definição de um time base é outra queixa frequente, apesar da sequência de lesões no elenco.
Tanto no conselho como na torcida os defensores de Pereira não são poucos.

Porém, um dos problemas para o português é que há entre os insatisfeitos ao menos um conselheiro situacionista e com bom trânsito na direção para aumentar o volume das críticas em caso de eliminação.
Tradicionalmente, a posição das torcidas organizadas corintianas pesa no momento de o clube decidir se troca ou não de treinador.

Na última segunda (15), a maior delas, a Gaviões da Fiel, em manifestação no Instagram sobre o atual momento do time, criticou recente fala de VP. A declaração do treinador, citando sua conta bancária para mostrar que não tem medo de ser demitido, foi classificada como inadmissível.

O posicionamento da organizada aumentou a pressão sobre Pereira. O treinador disse ter se expressado mal ao responder a uma pergunta em entrevista coletiva após a última derrota para o Palmeiras.

De acordo com a coluna do jornalista Vitor Guedes, no UOL, na última segunda, o técnico se reuniu com integrantes da Gaviões.

Alessandro

O gerente de futebol é criticado por parte dos conselheiros e da torcida por supostamente não atuar para diminuir erros cometidos pelo técnico na visão dos críticos.

Uma eventual eliminação deve aumentar as críticas sobre o ex-lateral.

Ele também é visto pelos insatisfeitos como um dos responsáveis pelas falhas de planejamento do time para 2022.

A demissão de Alessandro já tem sido pedida por líderes de torcidas organizadas.

Roberto de Andrade

Deve ser um dos mais cobrados pelas uniformizadas em caso de eliminação.

Sua saída é pedida com frequência por elas. O entendimento é de que o ex-presidente ocupa o cargo mais por questões políticas do que por conhecimento técnico. Isso apesar de ele já ter sido diretor de futebol do clube.

Andrade também tem sua gestão no futebol criticada por conselheiros de diversas correntes.

Duilio Monteiro Alves

O presidente corintiano está naturalmente pressionado por sua escolha de montar um time caro, apesar de nos primeiros meses de gestão não ter contratado jogadores para evitar gastos. Reduzir despesas era a prioridade.
Ainda em 2021, para combater a fragilidade do elenco, o dirigente trouxe veteranos com altos salários. A estratégia funcionou, pelo menos parcialmente, com a vaga na Libertadores, que assegurou premiações e rendas mais gordas.

Mas os reforços nada baratos, como Balbuena, Yuri Alberto e Fausto, continuaram chegando.

Em fevereiro, ao SporTV, Duilio disse que a folha de pagamento do futebol corintiano estava em R$ 15 milhões mensais.

Caso o clube seja eliminado da Copa do Brasil, deverá ter grande dificuldade para colocar na conta uma premiação de campeão em 2022. Sobrará apenas o Brasileirão. Hoje, a diferença para o líder Palmeiras é de nove pontos.

É verdade que o orçamento conservador corintiano previa que a equipe chegasse até as oitavas de final da Copa do Brasil e da Libertadores. Essas metas foram superadas com as classificações para as quartas de final dos dois torneios. As vendas de jogadores também têm superado as expectativas dos cartolas.

O presidente ainda é pressionado por conselheiros que o consideram o principal responsável por falhas no planejamento para 2022. As mais apontadas são:

- Não demitir Sylvinho no final de 2021 e trocar de treinador no início de 2022. Tempo precioso foi perdido.

- Liberar Gabriel para o Inter num momento em que a equipe tinha carência de primeiro volante.

- Envolver Mantuan, um dos principais jogadores ofensivos do time na troca por empréstimo com Yuri Alberto. O time sofre com a falta de gols. O goleiro Ivan também foi emprestado ao Zenit.

- Saber com antecedência de cerca de um mês que Willian queria deixar o clube e não agilizar a contratação de um substituto. A janela de transferências do segundo semestre no Brasil fechou na última segunda sem que a reposição por meio de nova contratação fosse feita.

Yuri Alberto

Tratado como reforço de peso, o atacante entra na partida pressionado por seu próprio desempenho. Ele participou de oito jogos até aqui e não fez gol.

Veteranos

Outra cobrança em comum feita por parte dos conselheiros e torcedores alvinegros é direcionada aos jogadores mais experientes e com mais tempo de casa.
Os críticos enxergam os medalhões com mais poder no clube do que deveriam ter. Uma eventual eliminação deve aumentar o desejo dos insatisfeitos por uma reformulação para arejar o vestiário.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL