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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Perrone: Defender agressão de palmeirenses a 'infiltrado' é apoiar barbárie

Mosaico da torcida do Palmeiras contra o Flamengo - Reprodução
Mosaico da torcida do Palmeiras contra o Flamengo Imagem: Reprodução

22/08/2022 12h06

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Viralizou nas redes sociais a imagem de um homem vestindo uma jaqueta preta sendo agredido por membros da Mancha Alviverde, no Allianz Parque, no empate do Palmeiras em um gol com o Flamengo, no último domingo (21). Muitos dos que comentaram o vídeo no Twitter defenderam a agressão.
A tese é de que o agredido, torcedor do Flamengo, se infiltrou na maior torcida organizada palmeirense para debochar dela nas redes sociais. A camisa do clube rubro-negro estava por baixo do agasalho preto, cor odiada pela Mancha por estar presente no uniforme corintiano.

Ao "tentar se infiltrar" na Mancha o homem "pediu para apanhar", segundo quem apoiou as agressões.
Culpar a vítima é um erro primário. Mas quem defende a violência desse caso vai além. Defende:
A covardia. Era um grupo de torcedores contra um. A vítima não conseguia se defender de socos na cabeça e dos puxões que arrancavam sua roupa.
O poder de polícia e de Justiça da torcida organizada. Se a Mancha está certa de deter um torcedor rival, sentenciá-lo a receber socos e ter suas vestimentas violentamente arrancadas, a torcida uniformizada está legitimada para fazer todos cumprirem as leis criadas por ela. E também para julgar e executar penas contra os "infratores". É como reconhecer a autoridade de uma milícia.
A barbárie. Defender que é justo agredir uma pessoa porque que você acredita que ela torce para um time que não é o seu e não deveria estar naquele lugar é acolher a selvageria.
A estupidez. Ou não é agir de maneira estúpida ignorar a capacidade de diálogo e "resolver" as divergências na porrada?