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Perrone: Atuação no 2º tempo não apaga erro de VP na escalação no Maracanã
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Com a bola rolando, ficou a última impressão. Prevaleceu a imagem do Corinthians amassando o Flamengo no segundo tempo no Maracanã.
Nas redes sociais, grande parte dos corintianos demonstra orgulho pela forma como o Alvinegro atuou na partida decisiva da Copa do Brasil e exalta o técnico Vítor Pereira.
A Fiel tem motivos para se orgulhar do rendimento de seu time no segundo tempo do empate em um gol com o rubro-negro na quarta (19), apesar da perda do título nos pênaltis.
Porém, a atuação de gala na etapa final não apaga o erro grosseiro cometido por Vítor Pereira no primeiro tempo.
O treinador decidiu começar o jogo com Piton no lugar de Adson. Não funcionou, tanto que a falha foi corrigida com a saída do lateral para a entrada do meia-atacante.
Ao decidir colocar Piton, o técnico mexeu no setor que mais havia funcionado no primeiro jogo da decisão: a defesa.
Isso porque Fábio Santos, um dos melhores do time na temporada, saiu da lateral para começar a partida como terceiro zagueiro. Além disso, Adson, jogador importante na recomposição defensiva, foi para o banco.
No jogo mais importante para o clube na temporada, o treinador resolveu arriscar mudando o que vinha dando certo.
O Corinthians pagou caro pela aposta de seu comandante. A marcação, que havia funcionado na maior parte do primeiro jogo, perdeu sua eficiência. O rubro-negro começou o jogo com espaço para fazer o que mais gosta, que é trocar passes por dentro.
Com imensa facilidade para tocar a bola na área corintiana, o Flamengo precisou só de seis minutos para abrir o placar.
No ataque, Piton parecia um corpo estranho ao time. Isolado, ele passou parte do tempo estático na ponta esquerda esperando a bola, sem conexão com os companheiros. Pelo lado esquerdo, o time paulista não tinha a movimentação que precisava para confundir a defesa adversária.
Mesmo tirando o lateral no intervalo, Pereira disse que conseguiu o que pretendia com a escalação inicial.
"Em relação ao Piton, [foi] no sentido de termos largura, termos losango com homens completamente abertos. Deixar o Róger mais alto para criar problemas em termos de transição. Duas linhas de frente com Yuri. Variando bem o jogo, fazê-los correr atrás da bola. Foi conseguido. Sofremos o gol. O plano B era voltar ao nosso 4-3-3, ter mais bola, ir para cima, conseguimos isso", disse o treinador em entrevista coletiva após a perda do título.
Apesar da defesa da escalação inicial feita por VP, Piton deixou o gramado sem acertar nenhum cruzamento (errou suas duas tentativas), sem finalizar e com um desarme, segundo o site Footstats. Ele também errou três dos 12 passes que fez.
Adson, seu substituto, acertou um cruzamento (errou outro), falhou em sua única finalização, executou dois desarmes e acertou 13 dos 14 passes que deu .
Os números coletivos são os que mostram melhor a diferença de desempenho do Corinthians nos dois tempos.
Na etapa inicial, com a novidade promovida por VP, o Timão não acertou cruzamentos, fez quatro finalizações (três certas), executou quatro desarmes e acertou 87,9% dos passes.
Na etapa final, o Corinthians acumulou três cruzamentos com precisão. O time visitante fez o triplo de finalizações em relação ao primeiro tempo. Foram 12, sendo quatro no alvo, incluindo o gol de Giuliano.
O número de desarmes mais que dobrou depois de VP desfazer sua escalação inicial. Foram nove no segundo tempo. A qualidade do passe também melhorou. O índice de acerto subiu para 92,3%.
As estatísticas apenas comprovam o óbvio. VP mudou o que não precisava mudar na escalação e piorou o time.
Não é a primeira vez que o técnico português faz isso em jogo decisivo. Na primeira partida das quartas de final da Libertadores, também contra o Flamengo, ele começou com Piton no lugar de Fábio Santos, que vinha jogando melhor, e colocou Cantillo como primeiro volante (outro erro). O colombiano falhou no primeiro gol da derrota por 2 a 0.
Lembrar desses tropeços do treinador é importante para que fique clara a necessidade de melhoria no trabalho da comissão técnica.
Apenas exaltar VP pela atuação do time na etapa final do jogo no Maracanã é esconder os erros do treinador que precisam ser corrigidos.
Claro que Pereira tem muitos méritos na temporada. Apesar das falhas de planejamento da diretoria na montagem do elenco, ele ajudou o time a ser finalista da Copa do Brasil, chegou a liderar o Brasileirão e eliminou o Boca da Libertadores, na Bombonera. Mas é preciso que ele pare de cometer erros básicos na escalação. São falhas que não combinam com seus status e salário.
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