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Perrone: Ceni errou o foco. São Paulo perdeu do Flu na bola, não na cabeça

Rogério Ceni observa jogadores durante Fluminense x São Paulo, jogo do Campeonato Brasileiro - Thiago Ribeiro/AGIF
Rogério Ceni observa jogadores durante Fluminense x São Paulo, jogo do Campeonato Brasileiro Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

06/11/2022 12h22

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Rogério Ceni errou o foco ao colocar a maior parte do peso pela derrota do São Paulo, de virada, para o Fluminense na parte psicológica de seu time.

Esse discurso esconde os principais motivos para o triunfo do do Flu por 3 a 1 no Maracanã no último sábado (5). A questão foi tática e técnica.

"Conversei bem rápido [com o elenco], vamos treinar amanhã pela manhã. O que falei para eles é isso. Temos de ter mais força mental. Já viramos muitos jogos no Morumbi, mas fora de casa, quando está na frente, sofre um gol, por melhor que o adversário seja temos de colocar a cabeça no lugar. Não podemos em 10, 11 minutos ceder três gols ao adversário por um baque no primeiro ataque do adversário no início do segundo tempo", disse Ceni sobre a derrota.

Porém, por mais que equipe paulista tenha sentido o golpe de levar o gol de empate no começo da etapa final, o buraco é mais profundo.

A explicação para o baile dado pelo Flu no segundo tempo começa pelas alterações promovidas por Fernando Diniz no intervalo.

Com as entradas de Nathan, Alexsander e Matheus Martins, o treinador conseguiu o que queria: empurrar seu time para frente.

Depois das alterações, o tricolor do Rio de Janeiro fez uma marcação sufocante na saída de bola do São Paulo. Com a bola nos pés, o time de Diniz jogou como gosta. Concentrando jogadores em volta da redonda, criando superioridade numérica e trocando passes com rapidez.

O segundo gol foi um exemplo disso. Depois de seus companheiros tirarem proveito dessa concentração de jogadores num setor, Cano, do outro lado e com espaço para balançar as redes, recebeu assistência de Matheus Martins.

O primeiro gol já tinha tido a participação de um dos jogadores que Diniz colocou no segundo tempo. Alexsander fez a finalização que gerou o rebote para Cano marcar.

Por outro lado, a jogada do segundo gol começou depois de Galoppo, atleta que Ceni colocou no segundo tempo, não consegui afastar a bola.

É inegável que a atuação dos treinadores foi decisiva para a definição do placar.

A melhor qualidade técnica do Flu também pesou. Os três gols de Cano confirmam isso. Essa superioridade ficou evidente ainda na troca de bola. O Flu acertou 91,6% de seus passes contra 89% do São Paulo, de acordo com o site Footstats.

O combo tática e técnica derruba o discurso de Ceni sobre o abalo emocional detectado por ele ter sido o principal motivo para derrota.

Não foi. O Fluminense voou no segundo tempo porque seu treinador mexeu melhor no time do que o técnico adversário.

Diniz acertou o posicionamento de seu time, sufocou o oponente e teve qualidade para transformar o domínio em gols.

Por sua vez, Ceni não encontrou soluções para tirar seu time do sufoco. O São Paulo perdeu na bola, não na cabeça.