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OPINIÃO

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Perrone: Com Daniel Alves, Tite entregou a corneta para os corneteiros

Técnico Tite convoca a seleção brasileira para a Copa do Mundo - Buda Mendes/Getty Images
Técnico Tite convoca a seleção brasileira para a Copa do Mundo Imagem: Buda Mendes/Getty Images

07/11/2022 14h26

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Tite assumiu um risco desnecessário ao convocar Daniel Alves para a Copa do Qatar.

O lateral do Pumas, do México, não fez nada na atual temporada que justifique a sua convocação.

Apesar de o técnico da seleção brasileira não admitir, a impressão é de que Dani foi convocado por conta de sua experiência e espírito de liderança.

Também parece que o treinador segue preso ao velho hábito de abraçar seus homens de confiança se arriscando a morrer abraçado com eles.

Tite justificou assim a convocação do ex-jogador do São Paulo:
"O critério do Dani Alves é o mesmo critério de todos. Premia qualidade técnica, individual. Premia o aspecto físico e ele traz o aspecto mental. Tal qual os outros. As pessoas têm que entender e oportunizar a situação, que os laterais, na medida que tem pontas, não vai ter lateral que vai na ponta. Vai ter um lateral construtor. E a qualidade técnica dele para isso é impressionante. Não temos nele um jogador de 60 a 70 metros de ida e volta. Não. Ele é um organizador"

Os argumentos não me convencem. Ainda acredito que questão da liderança falou mais alto do que o campo.

E esse aspecto não justifica a escolha. Casemiro, por exemplo, é experiente, líder e esta entre os melhores do mundo em sua posição.
Daniel Alves, hoje, não está nem entre os melhores do Brasil. O palmeirense Marcos Rocha Rocha, por exemplo, mereceria mais a vaga do que ele.

Mas Tite resolveu arriscar. Arriscou dentro de campo porque está levando um atleta que não atua em alto nível faz tempo. Pode fazer falta um lateral direito que renda mais.

O treinador se arriscou também fora dos gramados. Isso porque arrumou um motivo para ser criticado por torcedores. Foi como se ele afinasse a corneta e a entregasse numa bandeja para os corneteiros.

A presença de Dani cria uma pressão desnecessária sobre Tite. E o retorno que o jogador pode dar não compensa esse efeito colateral.