Manutenção da liderança do ranking da Fifa é a cara de Tite na seleção

A Fifa divulgou nesta quinta (22) a atualização de seu ranking de seleções após a Copa do Qatar com o Brasil ainda na primeira posição. A manutenção da liderança, apesar do fracasso no Mundial, é um retrato fiel da passagem de Tite pela equipe nacional.

A era do ex-treinador do Corinthians na seleção foi marcada por bom desempenho no que interessa menos e decepções nos momentos mais relevantes: os dois Mundiais disputados.

Com Adenor no comando, o Brasil nunca perdeu um jogo de Eliminatórias de Copa do Mundo, mas caiu duas vezes nas quartas de final da competição mais importante do planeta entre seleções.

Claro que ir bem na classificação para o Mundial é fundamental, mas chama atenção a diferença de desempenho da seleção comandada por Tite na competição classificatória e nas Copas de 2018 e 2022.

Com Tite, o Brasil também colecionou vitórias nos amistosos. Os triunfos, apesar de terem pontuação com peso menor, ajudaram a seleção a se manter na liderança do ranking da Fifa até a chegada ao Qatar, Esses resultados também colaboraram para a seleção ostentar o rótulo de uma das favoritas ao título da Copa.

Na prática, porém, o Brasil teve apenas uma atuação que justificasse a condição de favorito. Foi na vitória sobre a Coreia do Sul, pelas oitavas de final. Na etapa seguinte, Neymar e seus companheiros foram eliminados pela Croácia nos pênaltis. Em 2018, a queda também rolou nas quartas de final, só que diante da Bélgica.

Comandada por Tite, a seleção brasileira obteve 60 vitórias, 15 empates e 6 derrotas. É um retrospecto de respeito. Porém, ele perde o brilho quando lembramos que os triunfos mais importantes não aconteceram: contra a Croácia, em 2022, e diante da Bélgica em 2018. Entre as derrotas, está uma para a Argentina, no Maracanã, pela final da Copa América de 2021.

Mesmo com a impressionante quantidade de jogos vencidos, Tite deixa a seleção brasileira apenas com o título da Copa América de 2019 e a liderança do ranking da Fifa.

A lista feita pela federação internacional a partir de critérios de pontuação por jogos não é totalmente irrelevante porque a sua atualização mais recente antes da Copa do Mundo define os cabeças de chave da competição. Mas está longe de ser algo que faça multidões irem para as ruas saudarem os jogadores, como acabam de fazer os argentinos por conta do título no Qatar. O novo ranking trouxe a Argentina, que ganhou uma posição, no segundo lugar. Será que alguém no país vizinho está preocupado por aparecer na relação da Fifa atrás do Brasil?