Oferta por Cristiano Ronaldo mostra Duilio distante da realidade corintiana

Ao afirmar que fez proposta por Cristiano Ronaldo, Duilio Monteiro Alves assumiu seu distanciamento em relação à realidade do Corinthians.
A intenção seria pagar o mesmo salário que o português recebia no Manchester United. Ou seja, R$ 13,7 milhões por mês, segundo o jornal Manchester Evening News.
O valor não cabe no bolso de um clube que deve quase R$ 1 bilhão, sem contar a dívida por causa da construção de seu estádio.
O presidente corintiano, porém, disse, em programa do ex-jogador Neto na Band, que teria a ajuda de patrocinadores para pagar a remuneração do português. Ele não revelou os nomes das empresas que estariam envolvidas na operação.
O sonho é empolgante para o corintiano, mas a realidade mostra que, com cifras bem menores, ideia semelhante se transformou em pesadelo em relação aos salários de Paulinho.
A Taunsa, que geraria a receita para o clube pagar os salários do volante, não fez os pagamentos. O Alvinegro teve que se virar sozinho e agora tenta receber cerca de R$ 26,7 milhões na Justiça.
O projeto CR7 é descolado da realidade do Corinthians também porque uma gestão cautelosa se preocuparia primeiro em organizar as finanças da instituição para depois pensar em altos investimentos e em operações de risco. Essa receita foi usada com sucesso pelo Flamengo, por exemplo.
Duilio afirma ser zeloso com a saúde financeira alvinegra, porém, até setembro de 2022 a dívida corintiana aumentou em relação ao ano anterior.
Relatório do Conselho Fiscal mostra que o débito cresceu 3,7% entre 31 de dezembro de 2021 e 30/9 de 2022. A dívida foi de R$ 912 milhões para R$ 945,5 milhões.
Ou seja, não está em marcha no Parque São Jorge um processo de redução significativa do débito que no futuro permita ao clube montar equipes fortes de maneira orgânica, sem planos arriscados ou ampliando seu buraco financeiro.
Enquanto Duilio não encarar essa realidade de frente, o Corinthians continuará sonhando com CR7 ao mesmo tempo em que vende o almoço para pagar o jantar. Foi isso que o Alvinegro fez ao envolver dois atletas importantes e que vieram de sua base (Robert Renan e Du Queiroz) na negociação com o Zenit para adquirir parte dos direitos econômicos de Yuri Alberto.