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Camisa do Palmeiras vendida a R$ 179 não merece ser chamada de popular
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Leila Pereira tem sido cobrada por Paulo Serdan, presidente da escola de samba Mancha Verde, sob a alegação de não cumprir promessas. Uma delas seria a de reduzir o preço de venda da camisa do Palmeiras.
Na última terça (24), no lançamento dos modelos de 2023, a presidente palmeirense deu a promessa como cumprida. Ela disse: 'durante a minha campanha para a presidência do Palmeiras, eu prometi que não mediria esforços para reduzir o preço do nosso manto. Vamos lançar uma camisa popular para que possamos atingir a grande maioria dos nossos torcedores".
É verdade, foi lançada uma linha menos cara do que as de costume. A camisa Estádio custará R$ 179. A versão idêntica à usada pelos jogadores terá o preço de R$ 429. O modelo com o nome de Torcedor sairá por R$ 329.
Apesar de ser louvável o fato de Palmeiras e Puma colocarem à disposição do palmeirense uma nova alternativa com preço menos salgado, não dá para chamar de popular um produto que custa R$ 179. Não é barato para o torcedor que não é rico.
O valor do salário mínimo atual é de R$ 1.302. Ou seja, a nova camisa oficial do Palmeiras com melhor preço custa o equivalente a aproximadamente 13,7% do salário mínimo. Tirar essa fatia de sua remuneração para quem ganha a quantia mínima, certamente, exige sacrifícios. Assim, não é adequado chamá-la de popular.
E o nome escolhido para ela reforça a ideia de elitização nos estádios brasileiros. "Estádio", nesse caso, virou sinônimo de modelo mais barato, só que, na verdade, ele é caro para quem é pobre.
Há o risco de essa relação entre o local em que se assiste a jogos de futebol e um preço de camisa salgado para grande parcela da população reforce a ideia de que estádio é lugar para gente da classe média ou alta.
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