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OPINIÃO

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Flamengo paga preço de desafiar calendário difícil com troca de treinador

Vítor Pereira, técnico do Flamengo, durante jogo da Supercopa do Brasil contra o Palmeiras - Ettore Chiereguini/AGIF
Vítor Pereira, técnico do Flamengo, durante jogo da Supercopa do Brasil contra o Palmeiras Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Perrone

29/01/2023 10h45

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As falhas defensivas que o Flamengo apresentou na derrota por 4 a 3 na Supercopa do Brasil não são o fim do mundo. A maioria delas reflete uma falta de consistência coletiva natural para quem está em início de temporada e com treinador novo.

Isso quer dizer que a perda do título em Brasília, neste sábado (28), diz pouco sobre as possibilidades do Flamengo em 2023.

Vítor Pereira continua com o mesmo grande potencial de levar o time a levantar taças nesta temporada que tinha antes de encarar o Alviverde.

O problema é que começou a se materializar a dificuldade imposta por um calendário que reservou para o Fla Supercopa e Mundial de Clubes já no começo do ano.

Contra o Palmeiras, o Flamengo mostrou que tem muita coisa para ajustar em termos de posicionamento defensivo e jogo coletivo. Nada fora do programa em se tratando de início de trabalho de um novo treinador.

Só que é um volume grande de pontos para serem arrumados até o próximo dia 7, quando o rubro-negro estreia no Mundial. É jogo eliminatório, e a derrota seria um desastre capaz de criar uma impaciência na torcida destruidora para o "projeto VP".

Se o Flamengo passar, será preciso um futebol impecável para tentar o título, caso o adversário seja o Real.

Pelo que vimos no sábado, sobram trabalho e desafios, mas falta tempo para VP. Zero novidade. A diretoria sabia que seria assim quando decidiu trocar Dorival Júnior pelo português.

A escolha foi deixar de lado o entrosamento alcançado sob a batuta de Dorival, campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, por um recomeço com VP.

Logicamente, a direção flamenguista avaliou que o time poderia alcançar um patamar mais alto ainda do que alcançou com Dorival.

Ao mesmo tempo, os dirigentes desafiaram o calendário especialmente difícil de início da temporada. Trocaram o conforto de ter um treinador que já estava adaptado ao clube por uma novidade justamente quando as coisas precisariam fluir com naturalidade.

Agora o Flamengo paga o preço desse desafio tendo que corrigir erros a toque de caixa. Assim, como seus novos chefes, VP sabia no que estava se metendo. Nenhuma das partes pode reclamar.