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Diretor perde cargo no Palmeiras após se candidatar sem apoio de Leila
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Candidato à presidência do Conselho Deliberativo (CD) do Palmeiras, Roberto Silva afirma que foi demitido do cargo de diretor da secretaria-geral do clube na quarta-feira da semana passada (22). Ou seja, depois de ele lançar sua candidatura sem o apoio de Leila Pereira. A presidente apoia Alcyr Ramos da Silva Júnior como postulante da situação no pleito da próxima segunda (6).
O episódio evidencia um racha na ala situacionista e faz parte de um enredo apimentado. Ele envolve acusação de acordo não cumprido e, indiretamente, dois ex-presidentes: Maurício Galiotte e Mustafá Contursi, além da atual dirigente máxima do clube. A oposição acompanha tudo de camarote na esperança de que seu candidato, Carlos Antonio Faedo, se beneficie.
Em entrevista à coluna, Silva diz que não recebeu comunicado oficial de Leila sobre o seu desligamento. Ele conta que soube do afastamento ao conversar por telefone com um funcionário do clube sobre sua inscrição para disputar a eleição.
Ao ouvir do interlocutor que a inscrição não poderia ser protocolada por e-mail, Silva retrucou: "com que autoridade você fala isso, se sou diretor da secretaria-geral e pelo estatuto é permitido?" Segundo a versão do candidato, a resposta foi: "é que você não é mais diretor. Você foi demitido".
O conselheiro, que ocupou cargos nas gestões de Paulo Nobre e Galiotte, afirmou não ter recebido explicação sobre sua saída.
"Acho que [a justificativa] é política, o que não questiono. A presidente indica e pode tirar. O que eu imagino, é que seria de bom-tom que eu tivesse recebido uma justificativa e que tivesse sido por e-mail. Apesar de que a presidente estava na Europa, não sei se foi ela que fez isso", afirmou ele.
O que diz Leila
Procurado pela coluna, o departamento de comunicação do Palmeiras enviou a seguinte nota:
"A presidente Leila Pereira afirma que o conselheiro Roberto Silva decidiu deixar a diretoria do Palmeiras no momento em que se lançou à presidência do Conselho Deliberativo (CD) como o candidato apoiado pelo ex-presidente Mustafá Contursi, opositor da atual gestão. A chapa da situação é formada pelos candidatos Alcyr Ramos da Silva Júnior (presidente) e Maurício Camargo (vice)."
Silva, no entanto, nega que sua candidatura esteja sob a batuta de Mustafá. "Eu sou candidato independente. O conselheiro Roberto Silva não abdicou do cargo. Foi demitido por telefone por um funcionário", declarou o postulante à presidência do CD.
Indagado se o ex-presidente votará nele, Silva respondeu: "O voto é secreto, então, não temos como saber. Mas, se o Mustafá votar em mim, vou agradecer até o último dia, como farei com todos".
O que diz Mustafá
"Prometi meu voto para o Roberto, mas a maioria do pessoal com quem tenho relacionamento vai votar no Faedo", declarou o ex-presidente.
Acordo não cumprido?
Silva diz que sua candidatura não está ligada a uma suposta divergência com atos da presidente. "Zero problema com a Leila", assegura.
O desejo é antigo e baseado no entendimento de que seu perfil profissional (administrador de empresas e contador) e o trabalho em diferentes diretorias do clube o credenciam para a vaga. "Já fui vice-presidente do CD. Depois, com a política à frente do Palmeiras, acabei sendo preterido", pontuou o candidato.
Silva sustenta que foi selado, mas não cumprido, um trato com Seraphim Del Grande, atual presidente do CD, e Galiotte para o colocar como candidato da situação na presidência do CD na disputa anterior.
"Houve um acordo de cavalheiros entre mim, Galiotte e Serafim que eu seria vice e depois assumiria a presidência. Isso não aconteceu. O Seraphim continuou, eles colocaram outra pessoa como vice [Alcyr]. Agora o Seraphim não quis ser candidato, e eles levaram o atual vice para a candidatura", afirmou o ex- diretor.
Ele também disse que por duas vezes manifestou para Leila o seu desejo de ser candidato e que sempre ouviu que o tema seria discutido mais tarde.
Na segunda oportunidade, a resposta, segundo ele, foi de que seria preciso aguardar a escolha de novos conselheiros. "E quando acabou a eleição, em 11 de fevereiro, o presidente do CD anunciou que o candidato seria o Alcyr", relatou Silva.
Seraphim nega acordo
"Comigo, nunca teve acordo", sustentou o atual presidente do CD . "No segundo mandato meu, o Roberto era vice. O Maurício [Galiotte] disse que seria bom eu continuar. Não queria, mas aceitei. O Maurício disse que conversou com o Roberto e ele falou que queria ser candidato à presidência do CD, mas, como eu seria, ele não se candidataria e tinha outras pretensões. Então, foi colocado o Alcyr. Esse foi o compromisso", declarou Seraphim.
"Eu não me candidatei contra o Seraphim porque ele é um ícone do Palmeiras", explicou Silva. Por sua vez, Galiotte não respondeu ao telefonema da coluna e às mensagens enviadas sobre o tema.
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