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OPINIÃO

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Como no Corinthians, VP segue com dificuldade para fazer leitura de jogo

Vítor Pereira, técnico do Flamengo, durante a partida contra o Fluminense - Thiago Ribeiro/AGIF
Vítor Pereira, técnico do Flamengo, durante a partida contra o Fluminense Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

09/03/2023 11h31

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Para explicar a perda do título da Taça Guanabara para o Fluminense, Vítor Pereira falou de lesões de seus jogadores e do desgaste físico provocado pela sequência de partidas.

O técnico do Flamengo, no entanto, não citou o ponto mais decisivo: a melhor leitura do jogo por parte de Fernando Diniz.

O Fluminense venceu por 2 a 1, de virada, na última quarta (8), porque seu treinador mexeu melhor na equipe no segundo tempo. E isso não é surpresa.

No Corinthians, VP chamou mais atenção por substituições que deram errado do que pelas que foram exitosas.

No Flamengo, ele mantém esse ritmo. Pelo menos na fase brasileira de seu trabalho, VP não é um técnico que se destaca por fazer as alterações que mudam o curso do jogo favoravelmente para o time que dirige.

Seu trabalho parece depender quase exclusivamente do que é construído nos treinamentos, sem sacadas geniais durante as partidas.

A ousadia de Pereira ao levar um time radicalmente diferente em relação ao jogo anterior para uma decisão deu certo na etapa inicial.

Principalmente no que diz respeito à entrada de Everton Cebolinha. Ele fez o golaço que permitiu ao Flamengo ir para o vestiário com a vitória parcial por 1 a 0.

Poderia ser a noite em que VP fez a diferença com suas decisões. Mas não foi porque do outro lado Diniz enxergou o que estava acontecendo, mudou o Fluminense e colocou sua equipe em condições de vencer a partida.

Enquanto isso, o português repetiu o que executou muitas vezes no Corinthians: fez mudanças "inofensivas" e não soube brecar a superioridade do rival.

Depois, também como costumava fazer pelo Alvinegro, levou para a entrevista coletiva uma coleção de justificativas nada convincentes.

Do outro lado do clássico, Diniz mexeu no Flu para a volta do intervalo. Keno saiu para a entrada de Lima. David Braz foi trocado por Pirani, que teve grande participação na evolução tricolor e marcou o gol da vitória. Ou seja, o treinador do Flu fez algo que deu condições à sua equipe para vencer.

Já VP, como em muitas outras vezes, patinou nas trocas. Após a reação do adversário, aos 21 minutos da etapa final, Pereira substituiu Gabigol e De Arrascaeta por Mateusão e Ayrton Lucas. Parte da torcida do Flamengo chamou o treinador de burro.

As substituições flamenguistas não funcionaram, apesar de uma melhora inicial. O Flamengo ganhou energia e sufocou a saída de bola do Fluminense.

Mas o rubro-negro não conseguiu sustentar a pressão por muito tempo. Com outras substituições ineficientes, cedeu espaços para o rival e terminou a partida desorganizado, levando o gol da virada. O desfecho da decisão refletiu a capacidade que Diniz teve de entender o que seu time precisa para reagir e a incapacidade de VP de fazer o mesmo pelo Flamengo.