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Água Santa na final reforça vexames de Santos, Corinthians e São Paulo

Igor Henrique comemora classificação do Água Santa à final do Campeonato Paulista. - Anderson Lira/Futura Press/Folha
Igor Henrique comemora classificação do Água Santa à final do Campeonato Paulista. Imagem: Anderson Lira/Futura Press/Folha

21/03/2023 09h30

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Dá para dizer que a eliminação do Red Bull Bragantino diante do Água Santa nas semifinais do Paulistão, na última segunda (20), foi vexatória.

Afinal, o time de Bragança Paulista está na Série A do Brasileirão e tem como objetivo se transformar num dos clubes mais fortes do país. Porém, foi eliminado por um adversário com orçamento muito inferior e que não disputará nenhuma das quatro divisões nacionais em 2023. O fato de a queda do RB ter sido nos pênaltis não diminui o tamanho do papelão.

No entanto, a ida do Água Santa à final escancara mais ainda os vexames de Santos, que parou na primeira fase, do Corinthians, barrado pelo Ituano nas quartas de final, e do São Paulo, derrubado pelo time de Diadema quando brigava por vaga nas semifinais.

Olhar o jovem Água Santa na decisão diante do Palmeiras nos lembra que três dos quatro maiores clubes do Estado não foram capazes de fazer mais do que uma equipe modesta, com folha salarial muito menor, e que não está nem na Série D do Brasileiro.

O clube de Diadema, mesmo com escassez de recursos e um elenco reduzido, conseguiu apresentar um time organizado e que mereceu ser finalista. Sua tarefa contou com a colaboração de Santos, Corinthians e São Paulo, que não foram capazes nem de alcançar as semifinais.

É injustificável que três gigantes paulistas, mesmo com receita maior, não tenham conseguido mostrar no Estadual uma projeto melhor do que um clube obrigado a fazer contratos curtos com seus jogadores por não ter agenda completa no ano. O Netuno decidiu não disputar a Copa Paulista no segundo semestre.

Santos, Corinthians e São Paulo têm ambições muito maiores na temporada do que o Água Santa. Deveriam fazer de maneira natural um Campeonato Paulista mais consiste do que o time de Diadema.

Mas não fizeram. O tamanho do vexame do trio pode ser medido pelo fato de o Água Santa estar classificado para a Copa do Brasil de 2024 enquanto os três times tradicionais ainda precisam brigar por vaga no torneio.

O Netuno também está garantido na série D do Brasileiro no ano que vem. Ele cresce enquanto vê o fracasso da trinca de peso.

Terminar o Paulista atrás do Água Santa é só o sintoma de algo mais angustiante para santistas, corintianos e são-paulinos. A distância de seus times em relação ao Palmeiras é ainda maior do que era antes de o Estadual começar.