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Técnicos de favoritos na Libertadores entregam pouco e lidam mal com isso
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A primeira rodada da Libertadores foi marcada pela derrota de três times brasileiros que estão entre os favoritos para vencer a competição: Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG. Além dos maus resultados, o trio possui em comum o fato de seus treinadores não terem lidado bem com a constatação de que entregaram muito pouco nas estreias.
As entrevistas coletivas de Abel Ferreira e Vítor Pereira tiveram como ponto alto a falta de conexão com o que aconteceu em campo. Por sua vez, Coudet lavou roupa suja em público e disparou contra a diretoria,
Após a derrota do Flamengo por 2 a 1, para o Aucas, no Equador, na última quarta (5), VP disse que seu time fez um bom jogo, contrariando o que vimos em campo. Começando a partida com nove reservas, o rubro-negro mostrou desentrosamento e desorganização, errou muitos passes e ficou exposto na defesa. Ou seja, parece que Pereira assistiu a outro jogo.
Seu compatriota que comanda o Palmeiras admitiu que o Alviverde teve deméritos na derrota por 3 a 1 para o Bolívar, fora de casa, na quarta-feira. No entanto, Abel Ferreira deu mais peso para a atuação do juiz. Ele afirmou que sua equipe enfrentou três adversários: o Bolívar, a altitude de La Paz e a arbitragem.
O vitorioso treinador esqueceu do "oponente" mais forte: o fraco futebol de sua equipe. Assim como o Flamengo, o Palmeiras foi desentrosado, desorganizado e errou muito defensivamente. Seu time sofreu 20 finalizações do Bolívar e fez 10, segundo o site "Footstats", mas Abel falou mais da arbitragem do que das falhas palmeirenses.
De fato, houve um erro absurdo no final do jogo, com a não marcação de uma falta em Mayke que era para cartão. Apesar do discurso de Abel, o Palmeiras perdeu por causa de seus erros e dos acertos do Bolívar, não por conta da arbitragem.
Falar mais de outras situações do que das falhas de sua equipe também foi o que fez Coudet após a derrota do Galo para o Libertad, por 1 a 0, em casa, na última quinta (6).
Mesmo sem Hulk, suspenso, e sofrendo com uma série de desfalques por lesões, o Galo tinha a obrigação de vencer em casa, diante de um adversário com orçamento bem menor.
Coudet tinha muito para falar com o objetivo de explicar para o torcedor porque seu time não conseguiu reagir após levar um gol no começo da partida. O técnico argentino admitiu que o Atlético jogou muito mal, mas disse que é difícil lidar com um elenco enxuto após vendas de atletas feitas pela diretoria. Sasha e Ademir foram negociados recentemente com Red Bull Bragantino e Bahia, respectivamente. "Não era o que me prometeram", disse o treinador.
Coudet bateu forte na direção do Galo e até deu a entender que pode deixar o clube ao dizer que seu contrato está na mesa. O treinador também criticou as vaias da torcida por estar certo de que elas não ajudam os jogadores a atuarem melhor. Ele reclamou que um copo de cerveja foi atirado em sua direção. Realmente, isso não pode acontecer.
Além de falar mais sobre a diretoria e a torcida do que a respeito das falhas apresentadas por sua equipe, Coudet piorou o clima no clube para a segunda partida da decisão do Campeonato Mineiro, no próximo domingo, contra o América. Ou seja, ele não escolheu uma boa hora para fazer seu desabafo.
Da mesma maneira como fez Abel, o argentino colocou em pauta outro assunto no lugar da discussão sobre o fraco futebol apresentado por seu time. Pegar um desvio na estrada nos momentos ruins ou enxergar um jogo diferente do que todo mundo viu são antigas práticas adotadas por treinadores brasileiros. Agora, com a grande quantidade de estrangeiros treinando as equipes nacionais, podemos dizer que eles fazem o mesmo. Está aí a primeira rodada da Libertadores como prova.
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