Topo

Perrone

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Caso de tentativa de manipulação na Copinha teve quebra de sigilo bancário

10/05/2023 10h08

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Caso que ocorreu na Copa São Paulo deste ano, antes do escândalo de manipulação em jogos na Série A do Brasileirão, teve quebra de sigilo bancário e um suposto apostador indiciado.

Na principal competição das categorias de base do país, no começo do ano, dois goleiros foram abordados por um suposto apostador, não toparam o negócio e informaram seus clubes, Zumbi, de Alagoas e Real Ariquemes, de Rondônia, e levaram o caso à polícia. A proposta era para que eles cedessem escanteios. Nas casas de apostas é possível apostar na quantidade de tiros de canto nos jogos.

Nas investigações, houve pedido de quebra de sigilo bancário do acusado em busca de movimentações financeiras que pudessem indicar pagamentos a jogadores.

Porém, segundo o delegado Cesar Saad, da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), o resultado não mostrou transações que confirmassem pagamentos a atletas. O suspeito havia dito em seu depoimento que procurou os dois goleiros que não aceitaram participar do esquema.

Por causa da tentativa de manipulação, o acusado foi indiciado. A coluna não obteve a confirmação do nome dele.

Proposta indecente

Print de conversa por WhatsApp mostra um homem, que tem seu número salvo em nome de "Diego Rodrigue", fazendo a proposta de manipulação para o goleiro Gabriel, do Zumbi, em jogo do na Copinha.

"Está a fim de ganhar uma grana já amanhã?", diz o aliciador. O goleiro pergunta o que teria que fazer e ouve como resposta: "Não vai ser prejudicial para você. Isso eu garanto. É somente jogar algumas bolas para escanteio. Apenas isso. E, como sua função é defender, não terá problema algum. Mas isso tem que ficar entre nós".

O goleiro, então, pergunta quantas bolas teria que mandar para escanteio e qual seria seu retorno.

"Durante a partida, quanto mais escanteio tiver melhor é. 3 mil no pix. Ajuda pra início", responde o aliciador. Ele ainda garante que Gabriel voltará para casa com no mínimo R$ 8 mil se aceitar propostas em outros dois jogos. O jogador responde que vai pensar. Na verdade, ele avisou ao clube o que estava acontecendo, não aceitou a proposta e levou o caso à polícia.

A mesma atitude tomou o goleiro Evan Guilherme, que também recebeu oferta de R$ 3 mil para provocar escanteios em jogo do Real Ariquemes na Copinha.