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REPORTAGEM

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Magistrado vê possível ligação de empresa de Willian com prejuízo de Mayke

Willian Bigode, do Athletico, após marcar contra o Inter, pelo Brasileirão - Maxi Franzoi/AGIF
Willian Bigode, do Athletico, após marcar contra o Inter, pelo Brasileirão Imagem: Maxi Franzoi/AGIF

Colunista do UOL

19/05/2023 04h00

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Com Diego Garcia

A Justiça paulista voltou a negar pedido da WLJC Consultoria e Gestão Empresarial para desbloquear R$ 1.724.165,83 das contas de Willian Bigode e suas sócias na empresa. O bloqueio ocorreu em processo movido por Mayke, lateral do Palmeiras, e sua mulher, Rayanne de Almeida Janeti de Oliveira. Eles alegam que tiveram prejuízo milionário investindo em criptoativos na Xland Holding por indicação da companhia do ex-colega de Palmeiras do lateral.

Na decisão da última quarta (17), o desembargador relator Marcondes D'Angelo afirma existir a possibilidade de a empresa de Willian ter motivado o prejuízo do casal e ter obtido vantagem com a negociação. Assim, ele indeferiu liminar de efeito suspensivo contra o bloqueio.

D'Angelo escreveu que, nesse momento processual, por cautela, é prudente manter o bloqueio porque documentos apresentados no processo apontam que a WLJC teria sido a "captadora e intermediadora dos investimentos milionários" realizados por Mayke e sua mulher.

O desembargador completa: "sendo assim, em sede de cognição superficial verifica-se a possibilidade de a agravante [WLJC] ter dado causa ao prejuízo dos agravados [o casal] e, outrossim, ter obtido vantagem com a negociação".

A decisão aborda tema central da disputa jurídica. Mayke e Raynne afirmam ter existido relação de consumo entre eles e a empresa do jogador do Athletico, pois sustentam que a WLJC indicou a Xland.

Por sua vez, Bigode e sua empresa, entre outros argumentos, negam haver a relação de consumo e dizem não terem recebido nenhum dos valores da operação entre o casal e a Xland.

O bloqueio total autorizado, incluindo contas da Xland e de seus sócios foi de R$ 7,8 milhões, valor aproximado da cobrança feita na Justiça. As sócias de Willian na empresa são sua mulher, Loisy Maria Coelho Pires de Siqueira, e Camila Moreira de Biasi Fava. Mayke diz que investiu R$ 4,5 milhões por meio da Xland e deveria ter um retorno de R$ 3,2 milhões. O lateral alega que não conseguiu resgatar os valores.

Outro lado

Procurado pela reportagem, Bruno Santana, advogado de Willian e da WLJC, respondeu com a seguinte nota:

"Recebemos com respeito o posicionamento adotado pelo Desembargador relator, que a bem da verdade, justificou que, por uma questão de cautela, pretende ouvir os recorridos, antes de apreciar o mérito do recurso e proferir decisão definitiva. Sendo assim, aguardaremos o julgamento final do recurso, oportunidade que o Tribunal de Justiça apreciará a íntegra dos fatos e fundamentos jurídicos lançados no recurso. O estágio do processo é absolutamente prematuro, na medida que ainda apresentaremos defesa no processo que está em curso na primeira instância". No final do mês passado, a Justiça já havia negado outro pedido de desbloqueio feito pela defesa de Bigode.

Gustavo Scarpa, ex-companheiro de Willian no Palmeiras, move ação semelhante, contra Xland, WLJC e os sócios das duas empresas. Por sua vez, o jogador do Athletico diz que também teve prejuízo com a Xland.

Em sua defesa, a Xland alega que não aplicou golpes em seus clientes. Afirma que seus recursos foram congelados em um processo de recuperação judicial da corretora de criptomoedas FTX, nos Estados Unidos.