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Com nota sobre arbitragem, Palmeiras embarca em realidade paralela de Abel
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A nota emitida na última quinta (1º) pelo Palmeiras em defesa de Abel Ferreira faz o clube embarcar numa realidade paralela junto com seu treinador. Trata-se de um mundo no qual o técnico tem um comportamento aceitável e é perseguido por árbitros aparentemente xenófobos.
Ao entrar nessa, o Alviverde tende a aumentar o problema que o modo de agir de Abel representa para o clube em vez de ajudar a resolvê-lo. Os cartões recebidos pelo português prejudicam a equipe, que é privada da importante presença de seu treinador ao lado do campo.
"Não podemos aceitar atitudes persecutórias contra um profissional competente e vitorioso que, ao longo de mais de dois anos de trabalho à frente do Verdão, vem valorizando o futebol brasileiro de forma inconteste.
A explicação contida na súmula para a expulsão do nosso técnico, ontem, contra o Fortaleza, falta com a verdade e será contestada pelo clube nas esferas competentes", diz trecho do comunicado.
Basta observarmos Abel por alguns minutos à beira do gramado para vermos seu descontrole e falta de educação em relação aos árbitros.
São essas atitudes que provocam suas expulsões, não uma suposta perseguição. Caso Abel se controle e seja expulso sem reclamar insistentemente com os juízes, poderemos pensar em perseguição.
Em sua súmula, o juiz Sávio Pereira disse que foi xingado por Abel. Se isso não é verdade, cabe ao Palmeiras defender seu funcionário nas "esferas competentes", como escreveu o clube.
Porém, usar o argumento para compor um cenário no qual Abel é vítima de perseguição é um erro. Com esse apoio, o treinador não tem estímulo para corrigir seu comportamento.
O próprio Abel já disse que precisa melhorar nesse sentido. Então, o que o Palmeiras precisa fazer é ajudá-lo. Quanto menos Abel for expulso melhor será para o time.
O comandante alviverde precisa ter consciência do problema e atacá-lo. Ele necessita de apoio para seguir nessa direção, não de uma bolha protetora desse mundo imaginário no qual ele é eternamente injustiçado pelos juízes.
Cada caso tem suas peculiaridades. Claro que podem existir episódios nos quais o treinador palmeirense foi expulso injustamente. Mas transformá-lo em perseguido é brigar com as imagens que vemos durante os jogos. É também convidar o torcedor para um delírio coletivo enquanto o Palmeiras sai perdendo com as ausências de seu treinador na área técnica.
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