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OPINIÃO

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Alessandro dá munição para críticos ao detonar Júnior Moraes

Alessandro Nunes, gerente de futebol do Corinthians - Daniel Vorley/AGIF
Alessandro Nunes, gerente de futebol do Corinthians Imagem: Daniel Vorley/AGIF

04/06/2023 11h01

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Alessandro Nunes, gerente de futebol do Corinthians, tem sua demissão constantemente pedida pelas torcidas organizadas alvinegras. Internamente, ele também é criticado por conselheiros.

Neste sábado (3), após a derrota corintiana por 2 a 0 para o América-MG, o ex-lateral alimentou seus críticos ao atacar Júnior Moraes.

Alessandro é apontado por quem não aprova seu trabalho como um dos responsáveis pelas carências do elenco atual e por escolhas de treinadores que não vingaram.

Membros de torcidas organizadas avaliam que ele não está à altura do cargo e que não está no mesmo nível de executivos de futebol dos principais rivais.

Ao chamar Júnior Moraes de covarde e mentiroso, Alessandro não teve uma atitude profissional. Ou seja, deu argumento para os que estão descontentes com seu trabalho o atacarem.

"Eu preciso pedir desculpas por uma contratação tão infeliz que fizemos. Para vestir a camisa do Corinthians, você precisa de alguns pré-requisitos, algumas virtudes, precisa de coragem e personalidade. Ele foi covarde e mentiroso", disse Alessandro em Belo Horizonte.

O gerente respondia a uma pergunta sobre o processo movido pelo jogador contra o clube. O atacante, afastado dos treinos com o time, foi à Justiça do Trabalho para pedir a rescisão de seu contrato, válido até o final deste ano.

Entre os argumentos usados para Justificar o pedido, o atleta alega falta de depósitos de FGTS (Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço), além de problemas com outros direitos trabalhistas. Ele cobra R$ 3,8 milhões.

Tomada a decisão de rebater publicamente Moraes, Alessandro deveria ter agido de maneira profissional.

Isso poderia ter sido feito com a apresentação da versão do clube, contestando as alegações do atleta com dados, se é esse o caso.

Ofender o jogador é uma atitude amadora. Não combina com o cargo que Alessandro ocupa e as responsabilidades embutidas nele.

Até porque Alessandro teve tempo para se preparar para o tema. Era evidente que ele seria indagado sobre o assunto.

Assim, ao escolher o caminho das ofensas pessoais, Alessandro deu mais munição para quem questiona seu trabalho.