Na Vila Belmiro, racistas dão risada das punições previstas pela Conmebol

Torcedores racistas novamente zombaram das punições previstas pela Conmebol. Desta vez, os atos de racismo aconteceram na Vila Belmiro, durante a vitória do Newell's Old Boys (ARG) por 2 a 1 sobre o Santos, nesta terça (6), pela Copa Sul-Americana.

Na área destinada à torcida argentina, uma mulher com criança no colo imitou um macaco com o braço e um homem mostrou uma banana no celular, como noticiou o UOL Esporte.

Ao tomarem tais atitudes, os torcedores desdenharam das medidas da Confederação Sul-Americana para combater o racismo nos estádios durante jogos de suas competições. Foi como se estivessem rindo da Conmebol.

Em maio do ano passado, a entidade anunciou que aumentou a multa mínima para clubes em decorrência de atos discriminatórios de torcedores de US$ 30 mil para US$ 100 mil. Além disso, o Comitê Disciplinar da Conmebol passou a poder determinar que um clube tenha que jogar de portões fechados ou com interdição parcial do seu estádio.

Como mostraram os racistas na Vila Belmiro, as medidas não são suficientemente fortes para inibi-los.

A Conmebol, historicamente, age de maneira frouxa na prevenção e combate ao racismo. Os racistas percebem isso e ficam à vontade nos estádios.

Multar os clubes é muito pouco perto do tamanho do problema. Fechar portões ou setores dos estádios também.

A ineficiência de tais medidas já está mais do que comprovada. Passou da hora de a Conmebol fazer mais. Punir equipes com perdas de pontos é um caminho inevitável neste momento.

Mas não é só isso. A Conmebol tem que trabalhar com as federações nacionais e clubes para melhorar ou criar mecanismos, dependendo do estádio, para a identificação e banimento desses torcedores.

Claro que as autoridades de segurança pública também precisam ser cobradas. Já tivemos exemplos de eficiência na Neo Química Arena, com torcedores racistas detidos e presos, por exemplo.

No caso desta terça, na Vila Belmiro, as imagens devem ser utilizadas para tentar a identificação dos criminosos pela polícia.

A Conmebol não é a única responsável e não é só em suas competições que os atos de racismo acontecem. Porém, a demora da entidade para adotar o rigor necessário salta aos olhos, para a alegria dos racistas.

A CBF, por exemplo, a partir deste ano, prevê a possibilidade de perda de pontos para clubes de torcedores que cometam atos racistas.

Até aqui, a Conmebol não me convenceu que entende a gravidade do racismo. Certamente, também não convenceu os dois torcedores do Newell's flagrados na Vila Belmiro.