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Corinthians: André Negão lança candidatura com apoio e 'sombra' de Andrés
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Com Lucas Musetti Perazolli e Gabriela Brino
André Luiz Oliveira lança nesta terça (4) a sua candidatura à presidência do Corinthians como nome da situação na eleição de novembro acompanhado da sombra de Andrés Sanchez. André Negão, como é mais conhecido no clube, chega ao pontapé inicial de sua campanha graças ao apoio do ex-presidente. André sofre a rejeição de parte da ala situacionista, mas Andrés bancou a candidatura do amigo, que foi seu chefe de gabinete em São Paulo nos tempos de deputado federal.
Grande parte dos que não queriam André na campanha defendiam a candidatura de Andrés. Como a inscrição de chapas ainda não foi aberta, há no grupo situacionista quem acredite que Sanchez possa ser o candidato da situação, mesmo depois do anúncio do nome de André. Esse cenário é visto como possível no caso de as pesquisas encomendadas pelos grupos políticos apontarem, mais perto da votação, que a oposição está em vantagem.
Procurado, o candidato situacionista não respondeu às mensagens com perguntas sobre a rejeição, além de não atender ligação. Sua assessoria de imprensa afirmou que ele não se manifestaria antes da entrevista coletiva que dará hoje, aniversário da conquista do título da Libertadores de 2012 pelo Corinthians.
André tem o apoio dos líderes da maioria das chapinhas situacionistas (grupos que disputam vagas no Conselho Deliberativo). O problema está no segundo escalão delas, na militância, o pelotão que faz o corpo a corpo durante a campanha e é considerado fundamental para sustentar um candidato.
A reportagem apurou que os caciques da situação ouvem constantemente de membros de suas alas que o nome de André não decola entre os sócios, que são os eleitores. Quem pensa assim acredita que é preciso trocar de candidato para fazer frente a Augusto Mello, postulante oposicionista à presidência.
Aí é que a sombra de Andrés cresce. Grande parte dos que não enxergam musculatura em André fazem lobby para que Sanchez seja o candidato. Os principais argumentos são os de que Andrés é o nome com menor rejeição na situação e tem um eleitorado fiel e engajado, capaz de fazer a campanha situacionista engrenar até sob as condições mais adversas.
Os que torcem o nariz para André temem que seu nome provoque uma desmobilização capaz de deixar em casa no dia da eleição muitos sócios que tradicionalmente votam nos candidatos do Renovação e Transparência, grupo que está no poder desde 2007.
Apesar dos apelos por sua candidatura, Andrés tem descartado essa possibilidade. Em vez de assumir o posto de candidato, ele trabalha para costurar apoios para André e resgatar para seu grupo nomes que tinham se distanciado. Sanchez trabalhou, por exemplo, pelo apoio de Mário Gobbi ao candidato que a situação escolhesse.
Também ex-presidente, Gobbi é um dos fundadores do Renovação e Transparência, assim como Andrés e André, mas tinha deixado a ala por discordar das últimas administrações alvinegras.
Por sua vez, Duilio Monteiro Alves tem se mantido neutro na disputa. Publicamente, o presidente afirma que precisa se concentrar na administração do clube, por isso não tem se envolvido na política.
Líderes situacionistas acreditam que novas alianças são fundamentais para o sucesso de André nas urnas. Grupos indecisos e conselheiros oposicionistas que não abraçaram a campanha de Mello são os alvos.
Além da desconfiança em relação ao potencial de André, que até aqui sempre foi considerado um dos mais fortes cabos eleitorais do Renovação e Transparência, parte dos situacionistas enxerga o fraco desempenho do time de futebol masculino na atual temporada como um problema. Tradicionalmente, desempenhos ruins em campo agem como repelentes de votos.
Outro fator visto como complicador é o fato de Melo, segundo colocado na última eleição, ter permanecido quase que em ritmo de campanha no clube desde então, o que fortaleceu seu nome entre os associados.
Por outro lado, André também frequenta o clube diariamente e é ativo diante dos sócios. Essa sempre foi sua rotina como conselheiro. Seus apoiadores mais fortes argumentam que, depois do lançamento, André vai ao ataque e testará a robustez da campanha oposicionista. Quem o defende afirma, entre outros argumentos, que ele é profundo conhecedor do clube, incluindo a sua parte administrativa.
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