Negacionismo de Falcão sobre risco de queda é preocupante para santistas
Num discurso descolado da realidade, Paulo Roberto Falcão disse depois da derrota de seu time para o São Paulo por 4 a 1, no último domingo (16), não cogitar a possibilidade de o Santos ser rebaixado no Brasileirão.
"Não existe a palavra rebaixamento para mim. O que existe para nós é, se a gente conseguir trazer os jogadores que a gente imagina, pensar em Libertadores", declarou o coordenador esportivo do Santos.
O dirigente age de forma negacionista, como se negar a realidade ajudasse em algo a equipe. A impressão é a de que Falcão quer blindar o time psicologicamente ao evitar falar em risco de queda. Porém, não é crível que, com a bola que estão jogando, os atletas do Santos não sintam o risco de rebaixamento.
A equipe da Vila Belmiro ocupa hoje o 14° lugar no Brasileiro com cinco pontos de vantagem sobre o Goiás, 17° colocado. O time goiano tem um jogo a menos e recebe o Atlético-MG nesta segunda (17).
Olhando só a tabela, parece uma vantagem confortável. Mas, vendo o Santos em campo, essa sensação evapora.
Contra o São Paulo, o Santos repetiu o show de horrores que marca sua campanha no Brasileirão. Fazem parte do repertório lances individuais bizarros, desorganização defensiva e marcação frouxa.
Esse combo fez o clássico no Morumbi parecer um treino para o São Paulo. Os donos da casa fizeram 23 finalizações contra oito dos visitantes, de acordo com o site Footstats.
Empatado com Vasco e Bahia, o alvinegro praiano tem a quarta defesa mais vazada da competição, com 23 gols tomados.
Nas duas últimas rodadas, o Santos levou a mesma quantidade de gols que o líder Botafogo no campeonato inteiro: 7.
O cenário é assustador. Não para Falcão. Ele aposta em mais contratações para melhorar radicalmente o nível do time. Recentemente foram contratados Dodô, Jean Lucas e Julio Furch. Na opinião deste colunista, o trio não parece ser capaz promover uma grande mudança no Santos. Como a troca de Odair Hellmann por Paulo Turra não foi.
O que temos de concreto até aqui é que o Santos joga um futebol digno de rebaixamento. Ao negar isso, Falcão apenas aumenta a irritação da torcida. Ajudaria mais se ele apontasse os erros e detalhasse as soluções. No entanto, ao fechar os olhos para a gravidade da situação, Falcão reforça a semelhança do time com um navio sem rumo. É preocupante para o torcedor santista ver quem deve corrigir a rota parecer estar olhando o mapa de ponta-cabeça.
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