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Apreensão de pedras pela PF complica mais ação de Scarpa contra Bigode

Uma ação da Polícia Federal a pedido da Justiça Federal do Acre tornou ainda mais complexo o caso em que Gustavo Scarpa cobra R$ 6.300.000 (valor inicial) da Xland Gestora de Investimentos e da WLJC Consultoria Empresarial, de propriedade de Willian Bigode, e dos sócios das duas companhias. A PF apreendeu o lote de pedras preciosas da Xland que, por ordem da Justiça de São Paulo, seguia em poder da empresa Sekuro Private Box.

Determinação judicial havia bloqueado malote com cerca de 20 quilos de alexandrita para que o material servisse de garantia no processo que Scarpa move contra Bigode em São Paulo. A apreensão surpreendeu as partes e gerou dúvidas sobre o que acontecerá agora.

Nesta quinta, a defesa de Bigode, da mulher dele e de mais uma sócia protocolou petição na 10ª Vara Cível de São Paulo pedindo que sejam solicitadas informações à Justiça acreana sobre os motivos da apreensão.

No documento, o advogado Bruno Santana diz que é necessária a expedição de ofício para a Justiça Federal do Acre para que sejam fornecidas informações relativas aos "fatos que ensejaram a adoção da referida medida (apreensão das pedras)".

O bloqueio das alexandritas havia sido determinado pela Justiça de São Paulo em março. Segundo avaliação apresentada pela Xland no processo, o lote de aproximadamente 20 quilos de alexandritas vale US$ 500 milhões (R$ 2.359.800.000). Porém, nota fiscal anexada ao processo aponta que elas foram compradas por R$ 6 mil pela empresa. Será necessária uma perícia para determinar o real valor das pedras.

Apreensão

A Xland havia guardado as alexandritas em um cofre na Sekuro antes do bloqueio judicial, que estabeleceu a manutenção do material no local até nova ordem da Justiça paulista.

No entanto, os advogados da empresa informaram no processo, no último dia 13, que o malote com as pedras "não mais se encontra em posse da Sekuro, por força de decisão judicial proferida nos autos do pedido de busca e apreensão criminal", determinado pela Justiça Federal acreana.

O mandado de busca e apreensão, anexado ao processo, determinava que, havendo desobediência, a PF forçasse a entrada ou arrombasse portas e até, se fosse o caso, prendesse quem descumprisse a ordem judicial.

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Pelo documento, não é possível saber detalhes do processo que provocou a apreensão, já que ele está sob segredo de Justiça. O mandado informa no campo reservado para a identificação do polo ativo "Polícia Federal (Processos Criminais) no Estado do Acre".

"Temos interesse em que as pedras voltem para São Paulo, temos interesse em que elas passem por perícia", disse Santana. Bigode afirma que também teve prejuízo com a Xland, que nega que tenha aplicado golpes. Ela sustenta que teve recursos presos na Justiça dos Estados Unidos por causa de processo de recuperação judicial de outra empresa.

Procurada, a defesa de Gustavo Scarpa afirmou que "a entrada da Polícia Federal no caso só expõe, ainda mais, a gravidade do problema". Disse também que o "excelente trabalho da PF de investigar e prender pessoas por crimes dessa natureza pode ser o caminho mais rápido e justo para a punição dos envolvidos e ressarcimento das vítimas envolvidas".

A coluna procurou Felintro Oliveira, um dos advogados da Sekuro, mas ele preferiu não se manifestar. Por sua vez, Gabriel Souza Nascimento, um dos sócios da Xland, disse não saber informar sobre o processo no Acre. Ele também declarou que a empresa está sem advogado na ação movida por Scarpa neste momento. Assim, não saberia dizer quais os próximos passos a serem dados por sua companhia.

Prejuízo

Scarpa afirma que investiu em criptomoedas por meio da Xland, mas não conseguiu resgatar o dinheiro investido nem os rendimentos prometidos. Ele acionou a empresa de seu ex-companheiro de Palmeiras afirmando que ela indicou a Xland. O mesmo aconteceu com o lateral Mayke, que move outra ação contra a WLJC. A empresa do atacante sustenta que não tinha contrato com os dois atletas e que não ficou com valores investidos por eles.

Reportagem

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