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Conselheiro desiste de renúncia na comissão eleitoral do Corinthians

Depois de declarar que deixaria a comissão eleitoral do Corinthians, Carlos João Senger, ex-presidente do Conselho Deliberativo do clube, recuou e decidiu permanecer no órgão. Sua decisão provocou uma crise entre ele e outro conselheiro vitalício, Romeu Tuma Júnior, que já havia deixado o colegiado.

No último dia 26, Senger deu entrevista à coluna afirmando que deixaria seu cargo na comissão. Ele argumentou estar aborrecido com o clima no órgão, marcado por discussões internas a respeito de quem seria o presidente.

Na manhã da última quarta (2), o conselheiro telefonou para Tuma e disse que estava elaborando seu pedido de renúncia. Ele falou que sua saída era uma forma de homenagear e de demonstrar solidariedade ao colega.

Na tarde do mesmo dia, porém, Senger ligou para o companheiro de conselho e contou que havia decidido ficar na comissão por ter entendido que isso seria o melhor a fazer.

A volta de quem não foi é mais um episódio conturbado na comissão. Tuma renunciou definitivamente ao cargo no colegiado depois de voltar atrás em seu primeiro pedido de afastamento.

Indagado pela coluna sobre o recuo, Senger afirmou: "o meu corintianismo foi o que me impulsionou para continuar na comissão. Quero ajudar a instituição".

Procurado para comentar o recuo do colega de conselho, Tuma declarou: "o corintianismo verdadeiro não chancela golpe. E, pela forma como ele [Senger] foi desrespeitado, causa estranheza por ceder às pressões que ele vem sofrendo, cuja as quais o objetivo final certamente não é em benefício da instituição. Mas é um problema pessoal, que ele como conselheiro deverá prestar contas às associadas e aos associados das atitudes que tomar e/ou avalisar".

À coluna, Senger, sem falar em pressão, disse que recebeu pedidos para não renunciar. Nos bastidores, havia o desejo de conselheiros oposicionistas de que ele renunciasse, enquanto situacionistas queriam sua permanência. Ou seja, o episódio se transformou em novo embate pré-eleitoral.

Para opositores, a saída de Senger daria respaldo à acusação de Tuma sobre haver um golpe em marcha visando impugnar a candidatura de Augusto Melo. A manobra consistiria no domínio da comissão pela situação para aprovar um eventual pedido para barrar o opositor candidato à presidência. O veto seria baseado numa antiga condenação sofrida por ele na Justiça. A situação nega a existência de estratégia golpista. André Luiz Oliveira, o André Negão, é o situacionista postulante à presidência.

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Em tese, do ponto de vista de conselheiros da situação, a permanência de Senger no órgão que organiza a eleição marcada para novembro reforça o argumento de que não há nada de errado com o colegiado.

O clima azedou na comissão já na primeira reunião por causa da indefinição de quem seria o presidente. Primeiramente, Tuma e Ivaney Cayres de Souza manifestaram interesse em assumir o posto. Dante do impasse, Tuma abriu mão da candidatura e indicou Senger, mas o nó não foi desatado.

Na interpretação do estatuto feita por Tuma, Senger deveria assumir a presidência diante do empate por ser o membro mais velho. Mas tal tese não prevaleceu. Esse seria o desrespeito ao ex-presidente do conselho citado por Tuma, que deixou a comissão no segundo encontro do grupo. Após sua saída, Ivaney, que pode ser considerado situacionista, foi escolhido como presidente do órgão.

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