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Rueda precisa reconhecer erros e pedir ajuda para evitar queda do Santos

Num dos piores momentos de sua história, o Santos agoniza no Brasileirão e está a um passo de mergulhar na zona de rebaixamento. Enquanto isso, seu presidente, Andres Rueda, tenta manter a pose.

Em vez de mostrar para o torcedor que entende a gravidade da situação, conhece os problemas e que está agindo rapidamente para solucioná-los, o dirigente não abandona o personagem de executivo frio, preparado e que sabe o que está fazendo.

As palavras do cartola após o empate em casa com o Athletico-PR, recheado de reservas, no último sábado (5), menosprezam a inteligência do torcedor santista.

"Infelizmente, não [brigar por Libertadores]. Acho difícil, mas temos todo o segundo turno vindo por aí, vamos dar a volta por cima e estou confiante de, pelo menos, ficarmos em uma posição confortável", disse o presidente. Se isso é verdade, hoje, Rueda talvez seja o único santista do mundo confiante.

Em campo, o time é uma bagunça. Nem o presidente do clube sabe se o técnico Paulo Turra vai continuar, já que após o empate o cartola afirmou que a diretoria está avaliando a situação do treinador. Depois da publicação da primeira versão deste post, o Santos anunciou a demissão do técnico.

Fora dos gramados, o clube está sem coordenador esportivo, após a saida de Falcão.

Na tabela, parte dos adversários mostra reação, enquanto o Santos não decola. O alvinegro praiano terminou o sábado no 16° lugar do Brasileirão, com três pontos de vantagem sobre o Bahia, primeiro da zona de rebaixamento e que neste domingo recebe o América-MG.

Os reforços contratados recentemente podem ajudar o time, mas não dão ao torcedor a confiança de que uma mudança radical para melhor está para acontecer. João Basso, Dodô, Jean Lucas, Júlio Furch e Nonato estão longe de serem nomes de primeira linha no futebol brasileiro.

A soma dos fatores mostra que o Santos navega sem rumo em águas agitadas enquanto o comandante do navio não faz nada além de demonstrar calma.

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O primeiro passo para o time da Vila Belmiro sair dessa é Rueda reconhecer que ele e seu Comitê de Gestão não estão dando conta do recado e pedir ajuda.

O presidente precisa montar um grupo de trabalho com gente experiente para ajudá-lo a traçar os próximos passos.

Isso porque o retrospecto da atual gestão nos leva a acreditar que, se depender das mesmas cabeças, virá mais um coordenador que não inspira confiança e que a troca de treinadores seguirá acelerada.

As escolhas não têm sido bem feitas. Nada no histórico recente de Falcão justificava a contratação dele. Sua gestão desastrosa só foi interrompida porque ele pediu demissão pouco depois de ser acusado de importunação sexual por uma funcionária do hotel em que morava. O ex-meio-campista nega as acusações.

Com Falcão, o Santos contratou Paulo Turra. Um treinador inexperiente para um momento delicado.

Além da inexperiência, a escolha não observou o fato de Turra ter mostrado seu potencial no Atlhetico em condições muito diferentes. Em Curitiba, antes de assumir como técnico, ele foi auxiliar de Felipão. Conhecia bem o elenco e o clube, que é organizado.

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Em Santos, era tudo novo e crítico. A prudência sugeria um nome mais familiarizado com as condições de trabalho a serem oferecidas.

Decisões erradas costumam piorar os problemas. E foi o que aconteceu. O clube do litoral paulista tem menos tempo e está numa situação pior na luta contra o rebaixamento do que estava quando Falcão e Turra chegaram.

Rueda não tem mais margem de erro. Agora é acerto ou queda. Pelo Santos, ele deveria reconhecer que suas ideias e a de sua equipe não estão funcionando e buscar ajuda especializada.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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