Ida de Elias para CBF testa organização do futebol feminino do Corinthians
A CBF deu para o Corinthians o pior presente de aniversário que poderia dar na última sexta (1): a ida de Arthur Elias para a seleção feminina.
Para piorar, a má notícia foi dada na véspera da semifinal do Brasileirão contra o Santos, no Parque São Jorge.
Tudo bem que o Timão venceu o primeiro jogo por 3 a 0. Mas seria melhor seu treinador estar focado exclusivamente na partida decisiva do que discutindo contrato e já convocando a seleção.
Não há como negar que as atenções de Elias ficaram divididas, como devem ficar até o final da participação corintiana na Libertadores. A final da competição está marcada para 21 de outubro.
Mas isso é só o começo. O Corinthians tem a difícil missão de substituir o treinador que transformou sua equipe feminina numa máquina de ganhar títulos. Eis a lista: Campeonato Brasileiro (2013, 2018, 2020, 2021 e 2022), Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017, 2019 e 2021), Campeonato Paulista (2019, 2020 e 2021), Supercopa do Brasil (2022 e 2023) e Copa Paulista (2022).
Sua conexão com o elenco e a facilidade que tem para fazer com que as jogadoras atuem como ele quer, lembram a relação de Abel Ferreira com os jogadores palmeirenses.
Pelo sucesso que Elias obteve, era previsível que acabasse indo para a seleção. Ou até para um time do exterior.
Ou seja: o Corinthians teve tempo para se preparar para esse momento. Agora vamos ver se o clube fez a lição de casa.
O Alvinegro tinha a obrigação de já ter pensado no que fazer nesse caso. Uma das opções seria preparar internamente um substituto. O mercado de treinadores e treinadoras precisa estar detalhadamente mapeado.
Mas o mais importante é manter a organização do futebol feminino corintiano, uma das poucas coisas que funcionam bem na gestão de Duilio Monteiro Alves. Ele não estragou essa herança recebida de outras gestões.
A escolha da pessoa que vai substituir Elias deve priorizar essa engrenagem. Deve levar em conta como a nova peça vai contribuir para o seu funcionamento, o que o antecessor faz.
Para complicar o cenário, o Corinthians tem eleição em novembro. É possível que Duilio deixe a escolha para seu sucessor, o que significaria tempo perdido. Veremos até que ponto a organização exemplar do futebol feminino corintiano resiste às dificuldades.
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