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Brasileirão teve mais respeito ao futebol feminino, mas melhora é lenta

O Brasileirão de 2023, encerrado neste domingo (10), com título do Corinthians em cima da Ferroviária, foi marcado por uma melhora no tratamento dado ao futebol feminino no país. Porém, o ritmo com que isso acontece ainda é lento.

O fato de a final ter acontecido num domingo às 16h, horário nobre de futebol masculino, com transmissão ao vivo em TV aberta (Globo), é um dos principais sinais de que a consideração com as jogadoras aumentou.

Como a primeira partida aconteceu no feriado de 7 de setembro, também à tarde, desta vez as atletas escaparam de horários esdrúxulos no momento mais importante da competição.

No ano passado, as jogadoras de Internacional e Corinthians foram desrespeitadas tendo que fazer o primeiro jogo da decisão às 11h de uma ensolarada manhã em Porto Alegre. O segundo duelo começou às 14h.

A Globo ter transmitido jogos das semifinais do campeonato de 2023 na TV aberta também mostra que o futebol feminino foi tratado de uma forma melhor. Faltou evitar o desgastante horário das 10h30 nas semifinais.

Competições exibidas na televisão tendem a aumentar a popularidade de todas as modalidades que têm essa possibilidade.

Outro ponto legal foi o aumento na premiação dada pela CBF às finalistas. O Corinthians ficou com R$ 1,2 milhão. A Ferroviária levou R$ 600 mil. Houve crescimento de 20% em relação à temporada anterior. Em 2022, havia sido registrado um incremento de 550% em relação a 2021.

Ao aumentar novamente o bônus, a Confederação Brasileira demonstra ter consciência de que a premiação para as mulheres precisa melhorar.

O problema é que a diferença em relação ao masculino segue sendo humilhante para o futebol feminino. No ano passado, o Palmeiras abocanhou R$ 45 milhões pelo título do Brasileirão disputado pelos homens.

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Não é tarefa fácil, mas cabe à confederação encontrar uma maneira de alcançar a equiparação sustentável de prêmios nas duas competições.

Público

A edição de 2023 do Brasileirão feminino registrou novo recorde sul-americano de público numa partida para mulheres. Foram 42.326 pagantes na decisão em Itaquera.

Porém, fora das partidas decisivas, as jogadoras dos clubes brasileiros continuam jogado para públicos pequenos na maioria das partidas.

Não dá para esperar que de uma hora para outra a média de público seja igual à do Brasileirão masculino. Mas CBF e agremiações precisam adotar medidas para alavancar essa média para que as marcas expressivas não aconteçam só em finais.

O investimento na categoria aumentou, mas está longe do ideal. Há muito em estrutura e organização a ser feito.

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Vale olhar para o que aconteceu na última do Mundo feminina e aprender. Espanha (campeã) e Inglaterra (vice) passaram pelo fortalecimento de suas ligas. O que acontece nos clubes reflete na seleção. É mais um motivo para a CBF acelerar as melhorias no Brasileirão. Federações e clubes, claro, precisam fazer as sua s partes.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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