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O que já dá para cobrar de Fernando Diniz na seleção brasileira?

Fernando Diniz fará nesta terça (17) seu quarto jogo como treinador da seleção brasileira. Em tão pouco tempo não é sensato exigir que seu trabalho já resulte numa grande transformação na maneira de jogar da equipe. Isso não significa que ele já não possa ser avaliado em determinados aspectos.

Existem pontos que independem do tempo de trabalho. É em relação a esses aspectos que dá para cobrar evolução no desempenho do treinador no comando da seleção. São eles:

1 - Flexibilidade

Diniz tem um trabalho muito autoral e complexo. Os jogadores da seleção brasileira têm dito que precisam de tempo para assimilar a forma de jogar do técnico.

Porém, Diniz aceitou estrear pelo Brasil já nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Ele não teve amistosos para começar a implantar seu estilo de jogo.

Nesse cenário, não é prudente sacrificar pontos, como no empate com a Venezuela, em nome de uma adaptação dos atletas ao seu modelo tático.

É o treinador que precisa mostrar flexibilidade para implantar seus conceitos de maneira gradual, priorizando o rendimento da equipe e as vitórias.

Diniz precisa ter desprendimento para abrir mão de algumas ideias nesse momento para tornar o time mais competitivo, se for o caso.

As vitórias são mais importantes do que suas digitais na seleção. Até porque o plano da CBF é que Carlo Ancelotti assuma o cargo no ano que vem.

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2 - Escalação e substituições

Não é preciso muito tempo de trabalho para que um treinador faça o básico: escalar e mexer bem no time.

Contra a Venezuela, por exemplo, Diniz começou a partida com Richarlison, que não vive boa fase. Pela forma como treinou em Montevidéu, ele deve tomar a decisão acertada: tirar Richarlison do time titular. Gabriel Jesus deve ficar com a vaga.

3 - Leitura de jogo

Olhar para o campo e entender o que precisa ser feito para melhorar o desempenho de seu time durante o jogo é uma qualidade que o treinador precisa mostrar mesmo em início de trabalho.

Contra a Venezuela, o Brasil passou muito tempo jogando excessivamente pelo lado esquerdo. Se enxergou o problema, Diniz não conseguiu resolvê-lo com rapidez.

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4 - Coragem

Pouco tempo de casa não é motivo para Diniz não ter coragem para barrar medalhões, se for o caso.

As atenções estão voltadas para o tratamento dispensado a Neymar. O atacante foi lento contra a Venezuela e prendeu demais a bola em alguns lances.

Lentidão não combina com o jeito de jogar das equipes de Diniz. Elas apresentam rapidez e mobilidade. O treinador não pode hesitar em tirar Neymar do time, se ele não contribuir mais para o jogo da seleção fluir.

Seria um erro repetir Tite e abraçar jogadores que não produzem o que o time precisa.

O que vale para Neymar vale para todos. Como Casemiro, que não foi bem contra a Venezuela e acabou substituído por André.

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Fama não deve garantir vaga de ninguém entre os titulares. Fazer valer essa regra é o mínimo que se espera de um treinador.

Opinião

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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