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Time do Mundial e comparação com terraplanismo: as críticas a Leila Pereira

Leila Pereira foi bombardeada por críticas em reunião do Conselho Deliberativo do Palmeiras na última segunda-feira (23). A montagem do time para a disputa do Mundial de Clubes no ano passado, retaliações a opositores e a discussão sobre conflitos entre os interesses de Palmeiras e Crefisa e FAM foram alguns dos temas abordados. Houve até uma comparação entre o fato de a presidente negar ocorrerem conflitos de interesse e o terraplanismo.

Em sua fala, após as manifestações dos membros do órgão, a presidente admitiu erros em algumas contratações e voltou a negar a existência de conflito de interesses por ser dona das patrocinadoras do clube. Leia o pronunciamento completo da presidente aqui.

"No primeiro discurso da presidente, ela prometeu que iria trazer jogador de ponta para disputar o Mundial. O que nós vimos no Mundial? Navarro, Atuesta e Jailson. Nós perdemos o Mundial por falta de reforços. Enquanto o Chelsea tinha uma seleção no banco de reservas, nós tínhamos um time mambembe", disse o conselheiro José Corona Neto.

Ele também reclamou, entre outros temas, da atuação do clube na última janela de transferências.

"Todo mundo sabia que nós precisávamos de três jogadores: um meia, um atacante e um volante. Não foi trazido ninguém, nós ficamos em berço esplêndido, e ela viajando por aí, tirando fotos, fazendo blogs, e acabamos perdendo uma Libertadores [eliminação nas semifinais] para um time meia-boca. Não é o time do Boca. É meia-boca. O que eu digo aqui é que a gestão é culpada de a gente ter perdido esses campeonatos. Eram campeonatos fáceis", discursou Corona.

Ele ainda pediu a saída do diretor de futebol Anderson Barros e afirmou que o Alviverde vai passar vergonha no próximo Mundial de Clubes, em 2025, caso não se reforce. Leila tem demonstrado apoio ao diretor.

Entre outros que se manifestaram, Luiz Moncau cobrou regras para o clube lidar com conflitos de interesse.

O opositor também pediu a suspensão das retaliações a conselheiros, sócios e consulados que criticaram a gestão. Opositores perderam benefícios dados a membros do Conselho em compras de ingresso, por exemplo. Consulados críticos à atuação de Leila foram excluídos do site do Palmeiras sob a alegação de ofenderem a instituição e a presidente.

Em setembro, em resposta à coluna de Danilo Lavieri no UOL, o Palmeiras se manifestou assim sobre a questão envolvendo ingressos de conselheiros oposicionistas: "A disponibilização de ingressos para conselheiros é uma liberalidade da gestão; não é, portanto, uma obrigação, tampouco um direito".

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Moncau também pediu para Leila pedir desculpas a conselheiros, sócios e torcedores que ficaram ofendidos com declarações dadas por ela em recente entrevista coletiva.

A dirigente não pediu desculpas. Ela disse que reviu a entrevista várias vezes e entendeu que não houve desrespeito à história do clube.

Ao se pronunciar, Felipe Giocondo definiu as retaliações à oposição como agressões ao direito de opinião.

"A independência dos conselheiros, todos, de oposição e situação, está sob risco. Nas últimas semanas, eu e outros 25 conselheiros, ditos da oposição, sofremos retaliações por simplesmente exercer o que consideramos ser o nosso dever", disse ele.

Giocondo também comparou o ato de negar a existência de conflito de interesses na gestão de Leila ao terraplanismo.

"O Palmeiras, evidentemente, vive uma situação de conflito de interesses. Negar isso de forma insistente não faz com que o fato desapareça. É como negar o formato esférico da terra. Tem quem acredite, mas a gente mesmo não confia nessas pessoas", disse Giocondo.

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"A gente não se importa com ingresso ou coquetel. Mas a gente não admite, em hipótese alguma, limitações à nossa liberdade de exercício de mandato. E ninguém aqui deveria aceitar isso, pois atitudes persecutórias começam a rondar todos nós, enfraquecendo a instituição que a gente prometeu defender", afirmou o conselheiro.

Ele foi efusivamente aplaudido por parte dos colegas. Isso mesmo tendo seu microfone desligado pelo presidente do Conselho, Alcyr Ramos da Silva Júnior, antes de terminar o pronunciamento por estourar o tempo.

Por sua vez, Guilherme Roméro cobrou promessas de Leila que não teriam sido cumpridas, como contratações sem apostas e aproximação entre clube e torcedor.

Reportagem

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