Pênalti contra o Santos reforça que arbitragem brasileira não sai do lugar
A atuação desastrosa do juiz Wagner do Nascimento Magalhães em Santos 2 x 1 Coritiba, na última quinta, reforça que a arbitragem brasileira não sai do lugar. Nem a implantação do VAR ajudou a melhorar o nível. Há quem avalie até que piorou.
O roteiro segue sendo o de antes da entrada da tecnologia no circuito. Juízes despreparados são escalados e erram feio. Depois do jogo, o diretor do time prejudicado dá entrevista indignado e anuncia que o clube vai protestar na CBF. Muitas vezes, árbitros são afastados pela confederação, mas nenhuma evolução substancial acontece.
Na Vila Belmiro, o erro mais evidente do árbitro foi a marcação de pênalti para o Coritiba em lance em que a bola bateu na mão de Dodô, que estava de costas, olhando para outra direção.
Numa comprovação de que até o VAR pode ser impotente diante de um juiz que está mal tecnicamente, Magalhães foi chamado para rever a jogada pelo árbitro de vídeo, mas manteve sua decisão incompreensível.
Depois do jogo, em atitude legítima, o coordenador de futebol do Santos, Alexandre Gallo, reclamou da arbitragem e anunciou que o clube vai protestar na CBF.
Claro que o Santos tem razão de reclamar. Porém, a repetição desse processo que vai da falha do juiz à reclamação isolada de uma agremiação só tem feito o futebol brasileiro andar em círculos no quesito arbitragem.
Quem reclama hoje é beneficiado amanhã e se cala. As cobranças na CBF costumam ser pontuais, referentes ao prejuízo sofrido pelo time de quem protesta. As queixas feitas por clubes de forma coletiva e propostas de mudanças estruturais são raras.
Por sua vez, a confederação aponta fazer investimentos visando a melhora do nível dos árbitros. As medidas adotadas até aqui, como a inclusão de juízes que cometem erros grosseiros no programa de desenvolvimento criado pela CBF, não mostram uma melhora palpável.
Nesse cenário, a atuação desastrosa do árbitro do jogo do Peixe contra o Coxa escancara o que os clubes não querem enxergar. Todos são prejudicados e beneficiados por erros de árbitros de campo e de vídeo. E, enquanto os cartolas não se reunirem com a CBF e as federações para discutir melhorias pensando na estrutura da arbitragem no país, não deve haver avanço.
Gritar para pressionar o juiz do próximo jogo do seu time não ajuda a melhorar o nível da arbitragem brasileira.
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