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Pensar em 2024 sem Renato Augusto é exercício que faz bem ao Corinthians

Renato Augusto, 35, tem contrato com o Corinthians até o final de 2023. Depois do empate com o Santos, no último domingo (29), ele disse que gostaria de permanecer no Alvinegro, mas que em um determinado momento terá que ouvir "outras situações". Isso porque não houve definição do clube se ele está nos planos para a próxima temporada.

A eleição marcada para 25 de novembro é um entrave natural para a renovação, pois seria imprudente Duilio Monteiro Alves tomar a decisão por seu sucessor na presidência. O situacionista André Luiz Oliveira, o André Negão, e o opositor Augusto Melo disputam o pleito.

A espera pelo novo presidente dá tempo para o Corinthians, por meio da atual comissão técnica e dos dirigentes que pretendem comandar a agremiação, fazer um exercício salutar para a instituição: pensar em 2024 sem Renato.

Fará bem ao clube estudar se despedir do meia sem transformar isso num trauma. Exercitar o desapego em relação a ídolos é importante para que a equipe seja renovada da forma como precisa ser.

Não encarar como um drama a possibilidade de não renovar com Renato pode ser mais importante ainda se marcar o início de uma ruptura com a prática corintiana de apostar em ídolos do passado para resolver problemas do presente.

O Renovação e Transparência (RT), grupo liderado por Andrés Sanchez e que está no poder desde 2007, transformou em rotina apostar no sucesso de quem já brilhou com a camisa corintiana. Isso fez o Corinthians ficar preso ao seu passado e envelheceu e encareceu a equipe.

Durante a gestão do RT retornaram, além de Renato, ídolos como Cristian, Willian, Jô, Balbuena, Gil, Paulinho e Romero. Uns tiveram seus momentos bons na volta, outros não. Mas todos mantiveram o Corinthians olhando para o retrovisor.

Renato fez alguns jogos muito bons na atual temporada, mas oscilou. O veterano indicou que não consegue entregar o seu melhor durante uma sequência longa de partidas.

Isso não significa que ele não tenha espaço no clube no próximo ano. O meia ainda poder ser útil ao Corinthians. No entanto, tem demonstrado que não consegue ser o protagonista.

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Seu papel mais apropriado seria o de se revezar ou mesmo de ser o reserva de um novo maestro, desde que com salário compatível com esse status.

Só que é importante para o Corinthians avaliar o quanto se desprender de Renato ajudaria o clube a parar de buscar soluções no passado e intensificar os investimentos em quem pode construir uma nova história no Alvinegro, gerando retorno esportivo e financeiro.

Só pensar nisso sem se sentir culpado por admitir o rompimento com um ídolo já servirá de estímulo a novas práticas. Não por acaso, uma voz importante nesse processo será a de mais um personagem que triunfou no Corinthians em outros tempos e foi resgatado para tentar salvar o presente: Mano Menezes.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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