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Corinthians: desejo de mudança, futebol e união explicam vitória de Augusto

Antes de ser candidato à presidência do Corinthians, no final de 2020, Augusto Melo não era conhecido por grande parte da torcida corintiana. Neste sábado (25), cerca de três anos depois de ficar em segundo lugar no pleito vencido por Duilio Monteiro Alves, ele obteve uma vitória histórica sobre o Renovação e Transparência (RT) derrotando o situacionista André Luiz Oliveira, o André Negão. O grupo liderado por Andrés Sanchez amargou a primireira derrota de um candidato seu desde 2007, quando assumiu o poder.

Augusto obteve 2.771 (66,23%) votos contra 1.413 (33,77%) de seu adversário. Três pontos principais ajudam a explicar o "fenômeno" Augusto Melo:

1 - Desejo de mudança

Nos últimos anos, dívidas, processos judiciais por falta de pagamento e contratações que não deram certo fizeram a imagem do RT se desgastar junto a associados, torcedores e conselheiros.

O fato de Duilio anunciar que hoje o Alvinegro deve menos do que quando ele assumiu a presidência não atenuou as críticas ao grupo situacionista.

Esse cenário fez torcedores demonstrarem o desejo de mudança nas redes sociais. O mesmo sentimento foi crescendo entre sócios e conselheiros.

Depois de conseguir deixar o ex-presidente Mario Gobbi em terceiro no pleito anterior, Melo seguiu frequentando o clube quase diariamente e transitando por praticamente todos os departamentos.

Aos poucos, o opositor consolidou seu rosto como a cara da mudança no Parque São Jorge.

2 - União da oposição

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Augusto Melo entrou em ritmo de eleição antes de possíveis candidatos oposicionistas. Quando outros nomes passaram a analisar o cenário eleitoral, Augusto já era reconhecido no Parque São Jorge como o caminho para a mudança no clube.

Faltou oxigênio para uma terceira via. Após derrotas em série, diferentes grupos de oposição entenderam que seria menos difícil derrubar a ala comandada por Andrés com apenas dois candidatos no páreo.

Como começou a se preparar para o pleito com antecedência, o time de Agusto teve tempo para executar a missão de acomodar diferentes correntes oposicionistas em torno de um só nome.

Os dissidentes não encontraram ninguém disposto a se meter na disputa já estabelecida entre Augusto e André.

3 - Futebol

Diz a máxima da política corintiana que o desempenho do time de futebol masculino é capaz de definir as eleições no clube.

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Assim, o candidato da situação precisava de uma boa temporada da equipe em 2023 para aumentar as suas chances.

Porém, uma série de escolhas arriscadas da gestão comandada por Duilio e que deram errado entregaram para o torcedor um time muito abaixo da exigência da Fiel.

A falta de planejamento para manter o equilíbrio entre experiência e juventude no time considerado titular está entre o que não funcionou.

Na lista também estão as apostas nos técnicos Fernando Lázaro, Cuca e Vanderlei Luxemburgo, que não foram exitosas.

O golpe de misericórdia na candidatura de André veio com a humilhante derrota por 5 a 1 para o Bahia, em Itaquera, na véspera de eleição.

Duilio fez campanha para o escolhido pelo RT, mas, ao contrário dos outros presidentes do grupo, não conquistou título durante sua gestão.

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Com o Corinthians brigando para não ser rebaixado, André não teve como usar o futebol como vitrine. A fragilidade da equipe somada aos outros fatores tornaram impossível para o situacionista bater Augusto.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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