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Corinthians: manter união e encarar oposição forte são desafios de Augusto

Augusto Melo foi eleito presidente do Corinthians, no último sábado (25), graças a uma união complexa de praticamente todas as correntes de oposição.

Manter essa massa de colaboradores unida é um dos desafios políticos de sua gestão. Outra situação politicamente desafiadora será enfrentar o Renovação e Transparência (RT), grupo liderado por Andrés Sanchez como oposição.

Augusto foi eleito com o apoio de nove chapas candidatas ao Conselho Deliberativo. Cada uma tinha 25 candidatos. Porém, elas representavam grupos maiores.

Acomodar alas com pensamentos e desejos diferentes não foi uma missão fácil. O núcleo da campanha do presidente eleito sabe que manter essa frente política unida será ainda mais complexo e já foca em tentar superar esse obstáculo. É natural que, com tantos apoiadores vindos de correntes diferentes, os interesses colidam.

Quatro das chapas que apoiaram Augusto foram eleitas entre as oito que ingressaram no Conselho Deliberativo. Mas o compromisso político do ex-opositor não é só composto pelos que se elegeram. Há gente que foi importante e ficou de fora do Conselho Deliberativo.

O caso mais significativo é o da chapa Arquibancada 85, que tinha 20 candidatos sócios da Gaviões da Fiel e três da Camisa 12, além de dois sem vínculo com organizadas.

O suporte da Gaviões foi importante. A uniformizada divulgou apoio oficial a Augusto e fez campanha intensa por ele. No dia do pleito, membros da organizada permaneceram na frente do Parque São Jorge apoiando o candidato e a Arquibancada 85, além de protestar contra o Renovação e Transparência. Na véspera do pleito, a Gaviões espalhou faixas por diferentes Estados e até no exterior contra o grupo de Andrés.

Além de continuar defendendo sua pauta relativa à administração do clube, a uniformizada promete fiscalizar a próxima gestão independentemente do apoio que deu a ela.

Oposição

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O Renovação e Transparência estava no poder havia 16 anos. Na única vez em que ogrupo foi oposição, conseguiu a renúncia do ex-presidente Alberto Dualib, em 2007.

A ala tem poder de articulação. Sua estrutura está toda montada e sobra conhecimento em relação ao funcionamento do clube.

Apesar da derrota de André Luiz Oliveira, o André Negão, o grupo teve a chapa mais votada para o Conselho Deliberativo, a 22 Preto no Branco, que tem entre seus líderes Duilio Monteiro Alves.

O atual presidente fez pesados ataques a Augusto durante a campanha. Os até então situacionistas também elegeram quatro chapas.

Como ex-presidente, Duilio passará a integrar o Cori (Conselho de Orientação), importante órgão na estrutura corintiana. Andrés, Mario Gobbi e Roberto de Andrade, todos ex-presidentes eleitos pelo RT, fazem parte da oposição que Melo vai encarar no Cori.

Andrés saiu enfraquecido do pleito porque bancou a candidatura de André contra a vontade de grande parte de seu grupo e não conseguiu salvar seu escolhido. Mesmo assim, ele deve ser um opositor barulhento e incômodo para o novo presidente.

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Nesse cenário, seja para não deixar o mosaico de correntes políticas que o elegeu se desmanchar ou para encarar uma oposição forte, Augusto precisará de habilidade. Isso enquanto tem que dedicar atenção e energia à administração de um clube endividado e com um time de futebol incompatível com a grandeza da instituição.

Opinião

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