Andrés Sanchez foi o maior derrotado em eleição no Corinthians
Por trás da derrota de André Luiz Oliveira, o André Negão, para Augusto Melo, há um derrotado maior na eleição corintiana: Andrés Sanchez.
O ex-presidente foi quem bancou a candidatura de André, apesar de durante meses ter sido alertado por aliados que seu escolhido dificilmente teria chances de bater o opositor.
Na contramão dos alertas de membros do Renovação e Transparência (RT), Andrés decidiu manter o compromisso político com o amigo e aliado histórico André.
O ex-presidente apostou em sua habilidade política para manter a hegemonia do RT no Parque São Jorge. Ele botou a cara na campanha, deu entrevistas atacando a oposição, costurou o apoio de Mário Gobbi e convocou para a trincheira aliados como Duilio Monteiro Alves, atual presidente.
Perto da eleição, Andrés acompanhou Duilio em sua visita ao presidente Lula. Nas entrelinhas, ficava para o eleitor a demonstração de proximidade entre o líder do RT e o presidente da República.
Um dia depois de Lula ganhar uma camisa autografada por Cássio das mãos de Duilio, Corinthians e Caixa anunciaram uma proposta do clube para a quitação de sua dívida com o banco pela construção do estádio corintiano.
Foi uma ação de peso, mas parecida com outros movimentos feitos por Andrés em vésperas de eleições. Só que, dessa vez, o ex-presidente avaliou mal o seu prestígio perante o torcedor e o associado. Quanto mais ele aparecia na campanha, mais ficava aparente a rejeição atual do corintiano a ele.
Ficou evidente que o rosto de Andrés era insuficiente para amenizar o estrago feito pelo desgaste do RT na campanha de André. Pelo contrário, as aparições do ex-presidente lembraram o corintiano mais dos erros do Renovação e Transparência do que de sua fase de glórias.
Andrés errou feio na avaliação de que sua participação aliada à boa notícia em relação à dívida com a Caixa fortaleceria André. O resultado das urnas materializou o desgaste da imagem de Andrés no clube em que ele reinou por 16 anos. Augusto conquistou 66,3% dos votos.
Em vez de sair da disputa como grande estrategista, o ex-presidente saiu como o líder teimoso que não ouviu ninguém. A goleada na votação faz com que Andrés e o RT partam para os próximos três anos, tempo de duração do mandato do vencedor, com capital político reduzido.
O triênio será de luta para o RT se recuperar como força política no Parque São Jorge e de readaptação do grupo e de Andrés ao papel de oposição.
O ex-presidente esteve nessa condição pela última vez em 2007, quando liderou o movimento que culminou com a renúncia de Alberto Dualib.
Na ocasião, ele tinha o apoio da Gaviões da Fiel, que deixou claro durante a campanha eleitoral não tolerar mais sua influência no clube.
Assim, num cenário adverso, sem poder se colocar como voz do Corinthians em suas entrevistas, Andrés passa a ter a difícil missão de ajudar seu grupo a reconquistar terreno no Parque São Jorge.
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