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Com demissão de Diniz, Ednaldo assegura vaga entre piores cartolas da CBF

Ao demitir Fernando Diniz, Ednaldo Rodrigues cravou seu lugar entre os piores presidentes de todos os tempos da CBF. É uma façanha, já que a galeria da ruindade conta com três cartolas banidos pela Fifa: Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.

Ednaldo fez força para integrar o pelotão dos piores. A dispensa de Diniz foi só a realização do ato que faltava para não existir dúvida de que ele merece o indesejado rótulo de um dos piores.

O dirigente baiano começou a trilhar esse caminho ao apostar num treinador interino (Ramon Menezes) após a Copa do Qatar.

Mesmo sabendo antes do Mundial de 2022 que Tite não ficaria no cargo, ele não fechou com um substituto definitivo.

Em vez de corrigir o erro, o ex-presidente da Federação Baiana agravou o problema substituindo Ramon por outro tampão, mas por um de luxo: Fernando Diniz.

Numa tacada só o presidente da CBF produziu duas aberrações. Ao mesmo tempo, colocou um treinador para se dividir entre a seleção e um clube (o Fluminense), além de esperar por Carlos Ancelotti, técnico do Real Madrid.

O que tem tudo para dar errado muitas vezes dá errado. Foi assim com a espera da CBF por Ancelotti. O italiano renovou com o Real Madrid enquanto Ednaldo estava afastado do cargo pela Justiça.

Numa prova de que não há limites para suas ações estapafúrdias, ao ser reconduzido ao cargo por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF, Ednado resolveu encerrar a passagem de Diniz antes do previsto. O contrato do treinador terminaria em junho, quando Ednaldo acreditava que contaria com Ancelotti.

Sob a justificativa de que se comprometeu com o Fluminense a não tirar o treinador do atual campeão da Libertadores para efetivá-lo na CBF, Ednaldo atrasou mais o trabalho da seleção brasileira.

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Tempo precioso já havia sido desperdiçado com Ramon como interino. O desperdício aumentou com a ideia de colocar Diniz como tampão, já que seu estilo de jogo é bruscamente diferente em relação ao de Tite. Os jogadores ainda demonstravam dificuldade para se adaptar ao modelo de jogo de Diniz. Teoricamente, o esforço já deveria ser em vão se Ancelotti chegasse e impusesse sua forma de jogar.

Mas, com a recusa do italiano, a CBF teve a chance de ganhar tempo mantendo o projeto de Diniz, apesar dos maus resultados iniciais.

Não seria impossível explicar ao Flu que a situação mudou e tentar ter Diniz com exclusividade.

Ednaldo optou por um recomeço. Desta vez em meio a um caos político na CBF com potencial para espantar treinadores pretendidos pela entidade. Dorival Júnior é a prioridade.

Vale lembrar que todas essas decisões foram tomadas sem a ajuda de um coordenador de seleções. O presidente da CBF optou por não contar com alguém nessa posição.

O voo solo torna a desastrosa administração de Ednaldo tão autoral quanto o trabalho de Diniz. Sem dúvida, trata-se de uma passagem inesquecível pela presidência da CBF, independentemente dos roteiros dos próximos capítulos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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