Moderno como jogador e treinador, Zagallo serve de inspiração até hoje
Desconfie sempre que o técnico do seu time falar que não pode escalar juntos dois jogadores ofensivos com características parecidas porque seria inviável taticamente. E lembre de Mário Jorge Lobo Zagallo.
Recorde também do Velho Lobo, que morreu no final da noite desta sexta (5), quando reclamar que o ponta da sua equipe não sabe marcar.
Na função de técnico e como jogador, Zagallo foi tão moderno que serve de inspiração até hoje.
Em 1970, após assumir a seleção brasileira às vésperas do Mundial do México, Zagallo acomodou no time cinco "camisas 10": Pelé, Rivellino, Gérson, Tostão e Jairzinho.
O resultado, além do título, foi a construção de uma das maiores máquinas de jogar bola que já se viu.
A solução encontrada por Zagallo torna preguiçosas justificativas de técnicos que deixam um craque no banco alegando que não há espaço para ele jogar ao lado de outro.
Há na seleção de 1970 exemplos capazes de redefinir alguns conceitos de futebol moderno que muita gente tem atualmente.
Se você ouvir que hoje o lateral e o volante precisam saber atacar, veja o que Carlos Alberto Torres e Clodoaldo fizeram na Copa do México.
Como jogador, o próprio Zagallo fazia nos anos 1950 e 1960 algo que é atual. Jogando como ponta-esquerda, ele voltava para marcar. E o fazia muito bem num tempo em que a maioria dos jogadores de sua posição só atacava.
Atacando e ajudando defensivamente, Zagallo foi bicampeão mundial (1958 e 1962).
Sua aplicação tática como atleta já era um indício de que ele faria história também com a prancheta.
Por tudo isso, nunca caia na tentação de achar que Zagallo foi só o cara do "vocês vão ter que me engolir" ou um treinador supersticioso mais preocupado em motivar seu time do que em organizá-lo. Ele está impregnado na história do futebol brasileiro. Seu legado é marcante.
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