Para oposição, contrato entre Palmeiras e Crefisa confirma suas críticas
Para a oposição palmeirense, detalhes do contrato do clube com as empresas da presidente Leila Pereira revelados pela coluna de Danilo Lavieri no UOL reforçam críticas feitas pelos opositores. Também existe o entendimento de que órgãos do Alviverde foram desrespeitados porque ainda não tiveram acesso aos mesmos documentos, apesar de o pedido já ter sido feito.
Uma das críticas que a oposição acredita ter se revelado justa é a falta de reajuste nos valores pagos por Crefisa e FAM. A abertura dos contratos para o jornalista confirma que o valor é o mesmo desde 2019. São R$ 81 milhões fixos (sem contar bonificações) na soma dos acordos das duas empresas.
Um antigo argumento da oposição é o de que as quantias pagas ficaram defasadas. A avaliação é de que recentemente a defasagem piorou por causa do aquecimento do mercado de patrocínio provocado pelas casas de apostas.
Essa percepção aumentou com o anúncio feito pelo Corinthians de um contrato de patrocínio máster para a camisa de sua equipe de futebol masculino profissional por R$ 120 milhões anuais por três anos mais R$ 10 milhões de luvas. O valor total é de R$ 370 milhões e engloba também as equipes femininas de futebol profissional, de basquete e futsal.
A alegada defasagem nos valores respinga no ex-presidente Mauricio Galiotte criticado por ter aceitado assinar o contrato sem previsão de reajuste.
Outro ponto do contrato no qual a oposição vê suas críticas reforçadas é em relação às propriedades envolvidas. Frequentemente, opositores reclamam que há excesso de propriedades entregues pelo valor pago.
A reportagem sobre o contrato lista uma série de espaços que podem ser explorados pelas empresas da presidente. Entre elas, estão três bancos de reservas do Centro de Treinamento, 32 duas placas de publicidade no mesmo local e o ônibus do clube.
Manifesto
O fato de o contrato ser mostrado para um jornalista e não num dos órgãos do clube incomodou a oposição.
"Transparência não é se sentar duas horas ao lado de um jornalista enquanto ele lê o contrato, mas criar mecanismos reais de acesso e eliminar qualquer conflito de interesse que exista", disse à coluna o conselheiro oposicionista Felipe Giocondo.
O Movimento Somos Palmeiras divulgou manifesto no qual diz que a maneira como os documentos foram divulgados é inadequada e desrespeita e confronta poderes constituídos para fiscalizar atos de gestão (leia mais no final do post).
Conforme mostrado pela a coluna, o membro do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) Roberto Silva, pediu para examinar os contratos em 29 de novembro, mas ainda não teve acesso a eles.
Segundo Carlos Ricardo Degon, presidente do COF, o "cofista" recebeu a informação de que poderá ver os documentos, mas é preciso esperar o departamento jurídico do Palmeiras marcar uma data.
Leila
A coluna procurou Leila por meio da assessoria de impressa do clube e recebeu a mesma nota que havia sido enviada na última terça (16):
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OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receber"A presidente Leila Pereira concedeu na terça-feira uma entrevista de cerca de 1h50 e respondeu a diferentes questionamentos relacionados à parceria entre Palmeiras e Crefisa. No momento, Leila não vê necessidade de voltar a se manifestar sobre este assunto".
Entre os conselheiros, quem defende o contrato alega que os valores acertados eram acima da média do mercado quando o acordo foi selado. Outro argumento é o de que seria impossível para Galiotte prever o aquecimento provocado pela concorrência entre as casas de apostas.
O manifesto do Movimento Somos Palmeiras na íntegra
Carta aberta à torcida da Sociedade Esportiva Palmeiras
Recebemos com satisfação a conquista dos torcedores e associados que, por meio de seus Conselheiros e Conselheiras e dos Membros do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), após meses de sucessivos requerimentos e questionamentos, conseguiram que a Sra. Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras divulgasse os contratos de patrocínio entre o clube e suas empresas.
No entanto, a maneira como os documentos foram divulgados é inadequada, desrespeitando e confrontando os poderes constituídos, que existem justamente para fiscalizar os atos de gestão e proteger a instituição.
É com este objetivo que reiteramos nosso compromisso em seguir buscando maior transparência na SEP e renovamos publicamente nosso pedido, já formalmente encaminhado à Diretoria Executiva, para obtermos acesso a todos os contratos que envolvem a SEP e as empresas da presidente Sra. Leila Pereira.
Movimento Somos Palmeiras (Formado por Conselheiras e Conselheiros, Associados, Sócios-Torcedores e Torcedores da SEP).
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