Bastidores da saída de Veríssimo do Corinthians têm guerra de versões

Informada sobre a versão dada pelo jogador ao técnico, a diretoria disse para Mano que no dia 4 de janeiro disponibilizou o novo contrato do atleta para que ele assinasse, mas isso nunca foi feito. Segundo fonte no Corinthians, tal afirmação é comprovada por um e-mail enviado para Paulo Pitombeira, agente de Veríssimo.

Em nota oficial, o clube sustentou que havia um contrato pronto para receber a assinatura do jogador desde o último dia 4.

O discurso interno é de que não seria possível assinar o novo compromisso em dezembro porque Augusto só tomaria posse no segundo dia de janeiro.

A coluna telefonou três vezes para Pitombeira, mas ele não atendeu às ligações. O empresário do zagueiro também não respondeu à mensagem de texto enviada. Este colunista não conseguiu conversar com a assessoria de imprensa do jogador.

Irritação

Longe de câmeras e microfones, a irritação da diretoria corintiana com Benfica, Veríssimo e Pitombeira é escancarada.

A queixa é de que as três partes não sustentaram o que foi combinado verbalmente.

Para criticar Pitombeira, tem sido lembrado até que Roger Guedes, cliente do mesmo empresário, deixou o Corinthians antes do segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil do ano passado, contra o São Paulo.

Existe também reclamação em relação à gestão anterior por ela ter assinado um contrato que permitia que o Benfica vendesse Veríssimo em meio a seu empréstimo para o Alvinegro sem precisar do aval do clube brasileiro.

Até a conclusão deste post, o ex-presidente Duilio Monteiro Alves não respondeu à mensagem enviada pela coluna sobre o tema.

Críticas

Há no Conselho Deliberativo quem critique a atual diretoria, comandada pelo presidente Augusto Melo e com Rubens Gomes na direção de futebol, por causa do episódio.

Uma das críticas é por Augusto ter confirmado em entrevista no dia de sua posse o acerto para a permanência de Veríssimo sem ainda ter assinado o contrato. Também existe o entendimento de que foi um vacilo deixar o caso se arrastar com o Corinthians numa situação vulnerável.

Na diretoria, a atitude de Augusto ao confirmar a negociação é defendida com o argumento de que o dirigente confiou na palavra das outras partes envolvidas.

A explicação dada internamente é de que, antes de assinar o contrato com o Benfica, seria preciso oficializar uma espécie de pré-contrato com Veríssimo. O documento seria enviado aos portugueses para que, então, fosse formalizada a venda.

Pelo acordo costurado, o Corinthians pagaria 8 milhões de euros (cerca de R$ 42,8 milhões) aos portugueses em três parcelas anuais a partir do segundo do semestre de 2024.

Veríssimo poderia jogar na estreia do time no Paulistão, neste domingo, contra o Guarani, em Itaquera, porque seu contrato de empréstimo estava em vigor e se encerraria em junho deste ano.

Mano

A saída do zagueiro atingiu os planos do treinador para o primeiro jogo no Campeonato Paulista. Nos treinamentos, ele preparou o time titular com Veríssimo na zaga.

Assim, Mano foi forçado a mudar seu planejamento na véspera da partida. Félix Torres, que provavelmente ficaria na reserva, deve fazer sua estreia.

Confira a nota emitida pelo Corinthians sobre o assunto

"Nas últimas horas, o zagueiro Lucas Veríssimo, que pertence ao Benfica, de Portugal, e estava emprestado ao Corinthians, comunicou à diretoria de futebol que recebeu e aceitou uma proposta do Qatar. O clube lamenta, mas respeita a decisão do atleta. Vale ressaltar que havia um contrato para a sua permanência definitiva pronto para assinatura do jogador e seu staff desde o dia 4 de janeiro. Porém, com a nova proposta, ele optou por seguir sua carreira no país asiático."