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Corinthians: caos é efeito da soma de erros de direção, técnico e atletas

O começo de temporada do Corinthians é caótico, com falhas dentro e fora de campo. Dificuldades em início de ano são normais, mas a soma dos erros cometidos por diretoria, treinador e jogadores dá um resultado acima da média.

As consequências imediatas são duas derrotas em três jogos no Paulistão e um time pressionado para enfrentar o São Paulo na próxima terça (30), em Itaquera. Neste momento, o Alvinegro precisa que cada um assuma a sua responsabilidade e trabalhe para corrigir os erros.

Diretoria

A nova direção corintiana já foi alfinetada por Mano Menezes e Cássio por causa dos problemas na construção do time. A gestão comandada por Augusto Melo, com Rubens Gomes, o Rubão, no futebol profissional, deu motivos para isso.

É difícil remontar uma equipe com pouco dinheiro, mas esse foi o desafio que Augusto e Rubão assumiram. Talvez, a dupla tenha minimizado as dificuldades.

Rejuvenescer o elenco liberando veteranos caros foi um acerto. Faltou planejar melhor o grupo com o qual Mano poderia contar desde o início da temporada.

Era preciso assegurar uma base mais organizada para aguentar esperar pela finalização da montagem, que leva tempo. A transição do elenco poderia ter sido mais planejada.

Além disso, erros pontuais geraram desgastes. Entre eles estão o anúncio feito por Augusto de que os direitos econômicos de Lucas Veríssimo tinham sido comprados antes de o contrato ser assinado. O jogador acabou sendo vendido pelo Benfica. Mano ficou na mão na véspera da estreia no Paulista.

Vale lembrar que o clube português só conseguiu fazer a venda porque a gestão de Duilio Monteiro Alves aceitou um contrato que permitia a negociação do atleta antes do fim de seu empréstimo sem compensação financeira para o Corinthians.

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Nessa lista, entra também a situação de Matheuzinho, que frequentou o CT corintiano como se fosse jogador do Alvinegro, mas acabou voltando para o Flamengo. São situações bizarras. É natural que Mano e os jogadores se incomodem com isso.

A quantidade de erros parece ligada ao conceito escolhido: entrar forte no mercado em vez de primeiro reestruturar melhor o clube. Fazer promessas douradas para a torcida também não ajudou.

A ausência de um executivo de futebol para tocar o projeto desde o começo atrapalhou, na opinião deste colunista. Depois de a pressão interna pela chegada de um profissional aumentar, Fabinho Soldado foi contratado.

As falhas ofuscaram os acertos. As contratações de Félix Torres e Raniele, que já confirmaram suas qualidades em campo, são ações positivas.

Técnico e jogadores

Não se discute que a desorganização prejudicou os trabalhos de Mano e dos atletas. Porém, eles possuem suas parcelas de responsabilidade na fraca largada do Corinthians em 2024.

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O treinador tem errado acima de sua média. A cobrança pública a Raniele por causa de uma finalização errada contra o Ituano, por exemplo, foi descabida. Mano é suficientemente experiente para saber que o melhor nesses casos é a cobrança interna.

Em campo, o técnico insiste com Yuri Alberto como titular, mesmo sem o centroavante mostrar evolução.

No último sábado (27), na derrota contra o São Bernardo, por 1 a 0, além de começar o jogo com Yuri, Mano iniciou a partida com Romero, um dos melhores da equipe, no banco. Para piorar, entrou com três volantes (Raniele, Maycon e Fausto Vera).

A combinação das falhas do treinador com as dos jogadores fizeram que, mesmo com um jogador a mais desde os 13 minutos do primeiro tempo, o Corinthians não conseguisse se impor na etapa inicial e ainda ficasse exposto a ponto de levar um gol de contra-ataque.

É preciso ter em mente que estamos em início de temporada. Não dá para esperar que o time comece o ano voando, ainda mais em meio a uma grande reformulação.

No entanto, é possível apresentar algo melhor do que foi apresentado nos dois últimos jogos. Isso coletivamente e individualmente.

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A melhora de desempenho passa por um processo de reconhecimento dos erros cometidos por cada parte para que eles possam ser corrigidos.

A diretoria precisa de mais organização e profissionalismo. Mano tem que encontrar soluções caseiras enquanto novos reforços não chegam. Além disso, o técnico também deve priorizar o entrosamento do time.

Em outra frente, Mano não pode seguir expondo seus jogadores. Ele precisa se esforçar para evitar episódios como perguntar se o jogador (Yuri Alberto contra o São Bernardo) é burro à beira do gramado. Já os atletas devem trabalhar duro para errar menos, principalmente finalizações e posicionamentos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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