Três problemas que o Corinthians precisa resolver para estancar crise
A primeira derrota em sua história para o São Paulo na Neo Química Arena, por 2 a 1, na última terça (30), escancarou que o Corinthians está em crise. São três derrotas em quatro jogos pelo Paulistão. O clássico terminou com protestos da Gaviões da Fiel contra os jogadores. A diretoria pisa num campo minado e precisará de habilidade. São três os problemas principais a serem resolvidos para que a crise seja estancada.
1 - Contratações
A direção do Corinthians sofre mais do que esperava para reformular o time. O banco de reservas recheado de jogadores vindos da base no clássico simboliza o problema.
Sem reforços, será difícil Mano Menezes promover o salto de qualidade que a equipe precisa. Além disso, enquanto o nível do elenco não melhorar, a diretoria ficará fragilizada ao cobrar comissão técnica e jogadores.
O desafio dos cartolas é acelerar as contratações, mas sem deixar a pressa interferir na qualidade dos atletas pretendidos.
2 - Rota de colisão
É evidente que Mano Menezes está insatisfeito com a forma com que a diretoria conduziu a reformulação da equipe até aqui. As falas do treinador sobre a falta de reforços deixam isso claro.
O mesmo vale para as declarações do técnico sobre a expectativa gerada na torcida pelo presidente do clube, Augusto Melo, e por Rubens Gomes, diretor de futebol, que prometeram um time para brigar por títulos.
Nos bastidores, também é perceptível o desconforto da direção com o discurso de Mano, o que inclui a cobrança pública a jogadores.
Sobra para o novo executivo de futebol, Fabinho Soldado, que era gerente no Flamengo, fazer o papel de bombeiro para evitar que o fogo se alastre.
3 - Jogadores expostos
Ao mesmo tempo em que se vê como alvo das cutucadas de Mano, a direção precisa trabalhar para evitar que o treinador volte a expor jogadores.
O técnico já cobrou de maneira dura Raniele em entrevista coletiva por um chute errado contra o Ituano e perguntou à beira do gramado se Yuri Alberto é burro, no jogo com o São Bernardo.
Atletas esperam ser protegidos em público por seus treinadores. A expectativa é de que as cobranças sejam limitadas ao ambiente interno.
A exposição costuma inflamar o vestiário. Sendo frequente, ela pode gerar perda de comando por parte do treinador.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberRaniele, por exemplo, disse entender que merecia ser cobrado, mas fez uma ressalva em relação à crítica ter sido feita na entrevista coletiva de Mano depois da derrota para o Ituano.
"Falar na coletiva criou a polêmica. Poderia ter um pouco mais de cuidado no momento, mas não afetou a relação", disse o volante após a derrota para o São Paulo.
Agir como algodão entre os cristais é mais um trabalho delicado a ser feito pela diretoria.
Deixe seu comentário