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Corinthians: pressão da Gaviões em Mano deixa Augusto em situação delicada

Sempre que uma grande torcida organizada pede na arquibancada a saída de um técnico, a pressão na diretoria do clube é forte e imediata. No Corinthians, os efeitos costumam ser potentes. Desta vez, com Mano Menezes, a situação é mais crítica ainda.

No último domingo (4), após a derrota por 3 a 1 para o Novorizontino, na Neo Química Arena, a Gaviões da Fiel entoou "Mano, c..., fora do Timão".

O pedido de troca de treinador não deve ser considerado apenas como instrumento de pressão feito pela maior torcida uniformizada corintiana.

O ato merece ser visto também como uma cobrança pública feita por uma entidade que é aliada política do presidente alvinegro.

A Gaviões teve participação importante na vitoriosa campanha eleitoral de Augusto Melo.

Ela realizou, juntamente com outras organizadas, fortes protestos contra o Renovação e Transparência, grupo que estava no poder desde 2007. A Gaviões também apoiou Melo publicamente.

A aliança se estendeu internamente no Parque São Jorge, com integrantes da torcida concorrendo a uma vaga no Conselho Deliberativo por uma das chapas que apoiaram Augusto. A Arquibancada 85, no entanto, não foi eleita.

Augusto abraçou em seu projeto para administrar o clube pautas apresentadas pela Gaviões. Depois de eleito, ele tem se reunido com a torcida para abordar as promessas de campanha, como a ampliação da Neo Química Arena.

Nesse cenário, o pedido feito na arquibancada para que Mano seja demitido deixa Augusto numa situação delicada.

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Naturalmente, ele já teria o desafio de conduzir o futebol do clube sem deixar se influenciar pelos pedidos da torcida. Mas, nesse caso, o dirigente precisa lidar com o risco de desagradar a uma importante e barulhenta aliada política.

Para atender ao pedido da Gaviões, Augusto teria que arcar com uma multa rescisória milionária (o valor não foi divulgado pelo clube).

Ou seja, o presidente fica espremido entre o risco de abalar um elo da corrente que o colocou no poder e assumir um gasto pesado para o Corinthians.

Vale lembrar que Augusto chegou a deixar claro em nota oficial divulgada pelo grupo que o apoiou na eleição que Mano não era sua prioridade. Porém, ao assinar com o treinador até dezembro de 2025, com multa rescisória, Duilio Monteiro Alves tirou de seu sucessor a chance de escolher um técnico.

Agora, enquanto Augusto é pressionado, o Corinthians convive com a zona de rebaixamento do Campeonato Paulista.

Opinião

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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