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Presidente do Corinthians insiste em elevar expectativas da torcida

Bastou o empate épico com o Palmeiras, em 2 a 2, no último domingo (18), para Augusto Melo reativar seu modo empolgação e voltar a elevar as expectativas da Fiel.

Ao "Podpah", o presidente do Corinthians voltou a falar em brigar para ganhar tudo.

"Vamos disputar tudo, estamos criando essa credibilidade para contratar grandes nomes. Hoje, já temos um elenco muito bom, competitivo. Até entrosar, com pessoas de fora, novo treinador, precisa de treino, ganhar entrosamento. Ainda mais com a chave de ontem [domingo] virada, o Corinthians vem muito forte para disputar tudo", disse o cartola.

"Tivemos dificuldades no começo, por isso fizemos uma reestruturação. Se deixar o Corinthians chegar, pode ter certeza que vai ser muito difícil [segurar]. (...) Temos um dos times jovens do país. Quando entrosar, com esse gás todo, ninguém vai segurar a gente", acrescentou Augusto.

Pode ser que o Alvinegro atinja o nível projetado pelo dirigente. A perspectiva é de uma melhora em relação ao time do ano passado. Mas o que se vê hoje em campo está longe de dar garantias de que estamos diante de uma futura máquina de papar títulos.

Contra o Palmeiras, por exemplo, foram muitas falhas defensivas não convertidas em mais gols pelo adversário. As dificuldades na armação persistem. Os problemas são naturais, pois António Oliveira está iniciando seu trabalho com um elenco ainda em fase de montagem.

O melhor do time foi o espírito de luta, que permitiu que o empate fosse alcançado mesmo com dois jogadores a menos e o zagueiro Gustavo Henrique no lugar de Cássio, expulso.

Tivesse ficado só nos elogios ao resgate da garra corintiana, Augusto teria um discurso próximo da realidade.

Porém, ele preferiu voltar a convidar o corintiano a sonhar alto. O dirigente já tinha feito isso em seus primeiros dias de gestão.

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Em seguida, o time venceu um jogo e sofreu cinco derrotas seguidas no Paulistão.

Enquanto ainda treinava o Corinthians, Mano Menezes citou a expectativa gerada pela fala do presidente. "Foi dada ao torcedor uma expectativa muito grande, temos que atender. Se não vem a frustração e é um dos piores sentimentos que tem", disse o treinador após a derrota para o Ituano.

Nos últimos anos, o corintiano sofreu muito com falsas expectativas. O desejo de interromper esse sofrimento ajudou Augusto a chegar ao poder. Isso deveria bastar para o cartola ser mais cauteloso com suas previsões.

Além da torcida, jogadores e comissão técnica ficam sujeitos ao peso das palavras presidenciais. A pressão neles tende a ser proporcional às promessas feitas.

Augusto também aumenta a cobrança sobre ele mesmo com a sua insistência em já ver o Corinthians brigando por todos os títulos enquanto a maioria das pessoas enxerga uma equipe em construção.

O presidente Alvinegro não mudou seu jeito de se comunicar com a torcida após a sequência de derrotas no Paulistão e tropeços na reformulação do elenco. Ele age como um apostador sempre disposto a dobrar a aposta. Se der errado, a decepção da Fiel será avassaladora.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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