Punição esportiva é perfumaria; violência de torcedor se combate com prisão
Sempre que há um caso de violência no futebol promovido por torcedores, é reaberta a discussão sobre a adoção de medidas mais duras para estancar a sangria. É o que tem acontecido desde a última quarta-feira (21), quando o ônibus da delegação do Fortaleza foi atacado por torcedores do Sport.
O debate saudável sempre é válido. Porém, é possível melhorar o enfrentamento do problema sem malabarismos. Uma medida simples tem potencial para inibir os vândalos: a condenação dos culpados.
O ponto de partida é aumentar o número de agressores identificados e condenados nos episódios de violência envolvendo partidas de futebol.
As autoridades de segurança pública devem ser cobradas para serem mais eficientes nesse sentido. Se não houver melhora, elas devem apresentar ao Estado as dificuldades que enfrentam para localizar e punir os agressores, sugerindo soluções.
Não adianta cobrar a aplicação de punições mais duras para os clubes dos torcedores violentos sem punir os autores dos atos primeiro.
Houve uma tentativa de homicídio contra os jogadores do Fortaleza. Medidas esportivas contra o Sport são perfumaria. O que mais inibiria novos ataques seria colocar na cadeia os agressores. Nada é mais exemplar do que isso.
As punições esportivas devem ser aplicadas quando for o caso, mas não de forma justiceira. Elas não podem substituir as condenações na Justiça para os criminosos. A responsabilidade do Estado não deve ser transferida para os tribunais desportivos.
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