Popó x Bambam chamou atenção, mas foi espetáculo bizarro e perigoso
Mesmo conhecendo a surrada jogada de marketing baseada em troca de provocações praticada no boxe, quem não queria ver Popó acertar contas com o falastrão Bambam?
De um lado um lendário boxeador aposentado, supostamente mordido pelas provocações de seu oponente. Do outro, o boquirroto campeão do BBB 1. Esse cenário garantiu que o Fight Music Show (FMS) 4, no início deste domingo (25), atraísse de maneira fenomenal o interesse do público. O evento foi um dos principais assuntos dos sábado.
Quando chegou a hora do vamos ver, em 36 segundos, Popó derrubou Bambam. Foi um espetáculo bizarro e perigoso.
A bizarrice se estabeleceu pela disparidade entre os dois protagonistas do show. Não se trata de diferença técnica entre ambos.
A questão é a ausência total de técnica de Bambam para enfrentar um cara que foi um dos melhores de todos os tempos em suas categorias.
Isso tornou o evento sem sentido. Qual a finalidade de um combate entre um especialista e alguém que não demonstra conhecimentos básicos?
Qual a necessidade de expor um estreante no boxe ao risco físico de enfrentar um ex-profissional que foi tetracampeão mundial?
O caminho natural teria sido Bambam ter enfrentado amadores que também estão aprendendo a nobre arte. Depois, se conseguisse evoluir, ele poderia fazer uma exibição contra Popó.
Não dá nem para dizer que foi uma luta de boxe. Houve a perseguição no ringue de um ex-boxeador contra um leigo sem condições mínimas de se defender.
O ex-pugilista poderia ter machucado seriamente Bambam. Antes que isso aconteça com outro aventureiro, é preciso que as entidades ligadas ao boxe brasileiro criem uma forma eficiente de assegurar que quem suba no ringue para enfrentar gente do ramo tenha técnica suficiente para tornar a brincadeira minimamente segura.
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