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Autora de lance por direitos de TV está em treta entre Corinthians e agente

A Brax, que ofereceu R$ 240 milhões por ano ao Corinthians pelos direitos de TV referentes ao Brasileirão, está envolvida no imbróglio entre o Alvinegro e o empresário Carlos Leite.

Duas empresas do agente cobram o clube por acordos sobre antigas dívidas não cumprido. À Justiça, os advogados do empresário sustentam que pelo trato, firmado ainda na gestão de Duilio Monteiro Alves, o clube autorizou por escrito a Brax a repassar para as empresas de Leite parte da quantia a que o Alvinegro tem direito pela venda de placas de publicidade em partidas do Brasileirão para a empresa.

Porém, apesar de seu nome aparecer nos documentos que selaram os acordos assinados por Duilio, a Brax não assinou os tratos e não fez o repasse que favoreceria o empresário.

Leite afirma que, antes de tomar posse como presidente do Corinthians, em dezembro, Augusto pediu para a Brax não enviar o dinheiro para suas empresas.

"Eles (Augusto e representante da Brax) não tinham nenhuma relação até o momento em que se encontram em Punta del Este, nesse momento foi feita a solicitação pelo Augusto para não repassar os valores acordados no contrato. A partir daí, eu não posso afirmar se o Corinthians e a Brax estabeleceram algum compromisso que os beneficiassem, mas é público que a operação de venda do Matheuzinho tem a Brax como garantidora, e agora essa negociação dos direitos televisivos? A relação de confiança foi conquistada muito rapidamente, é isso que posso dizer", afirmou Leite.

A coluna confirmou que a Brax se comprometeu a transferir para o Flamengo créditos do Corinthians no contrato pelas placas de publicidade, caso o clube não faça os pagamentos pelo lateral. Eram esses créditos que as empresas de Leite receberiam pelo acordo firmado por Duilio.

A declaração do agente foi dada depois de a coluna perguntar se ele vê relação entre a negociação pelos direitos de transmissão e a decisão da Brax de não repassar os créditos para suas empresas.

A proposta da empresa é referente aos jogos do time a partir do Campeonato Brasileiro de 2025. Como mostrou a coluna de Rodrigo Mattos, no UOL, o valor pode chegar a R$ 270 milhões, dependendo da posição do time no campeonato.

O Corinthians também tem em mãos hoje uma oferta da Libra, que fechou com a Globo. O valor a ser recebido depende de variáveis contratuais.

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O que diz a Brax

A seguir, veja as respostas enviadas em nome da Brax para as perguntas feitas pela coluna.

1 - Procede que a Brax solicitou que o agente de jogadores Carlos Leite intermediasse a negociação de contrato entre a empresa e o Corinthians para a exploração de placas de publicidade em jogos do time?

Brax - Sim, procede.

2 - Depois de o contrato ser assinado, foi firmado um acordo entre Corinthians, presidido até então por Duilio Monteiro Alves, e as empresas de Carlos Leite. Pelo acordo, parte dos créditos do clube com a Brax seriam repassados para as empresas de Carlos Leite. Apesar de o nome da Brax aparecer no contrato, a Brax não assinou o contrato concordando com a cessão de créditos para as empresas de Leite. Porque a Brax não assinou o acordo como anuente?

Brax - Houve uma divergência no que foi tratado durante as negociações com o intermediário [Leite] e a realidade que nos deparamos posteriormente ao suposto fim das tratativas. Optamos por aguardar a nova gestão do clube assumir para evitar qualquer mal-entendido ou mesmo um eventual litígio.

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3 - Procede que a Brax se reuniu com Augusto Melo antes de ele assumir a presidência do Corinthians? Procede que, nessa reunião, Augusto, atual presidente do Corinthians, pediu para a Brax não repassar parte dos créditos do Corinthians para as empresas de Leite e que, por isso, a Brax não assinou o acordo entre e Corinthians e as empresas de Leite como anuente? Se não foi a pedido de Melo, por qual motivo a Brax não assinou o acordo e se recusou a repassar os créditos para as empresas do agente?

Brax - Obviamente pelos valores envolvidos, especialmente no que diz respeito a uma volumosa antecipação que faríamos ao Corinthians por ocasião da assinatura do contrato de cessão dos direitos comerciais do clube à Brax, tivemos a precaução de procurar o presidente eleito para saber se ele estava ciente e de acordo com os termos negociados pela gestão anterior, conforme o intermediário alegou durante as negociações. A nova gestão não só não estava de acordo, como afirmou, categoricamente, que iria contestar o acordo por meios judiciais. O risco para a empresa era enorme, especialmente, repito, por estarmos a iminência de antecipar um valor expressivo para o clube. Optamos por aguardar o entendimento entre Corinthians e o intermediário para, posteriormente e sem risco, anuir ou não a cessão de crédito. Esse é um problema exclusivamente de Corinthians e intermediário. Ceder ou não o crédito é indiferente para a Brax, desde que isso não suscite litígio entre a Brax e o Corinthians.

4 - Quando decidiu não assinar o acordo como anuente, a Brax já havia conversado com Augusto sobre fazer uma proposta pelos direitos de transmissão do clube no Campeonato Brasileiro?

Brax - Não havia nem a remota ideia que essa oportunidade estaria à mesa. No período dessas negociações, o Corinthians, até onde sabemos, estava, supostamente, firme e ajustado com o projeto da Libra.

O que diz o Corinthians

A coluna enviou perguntas sobre o caso para o Departamento de Comunicação do Corinthians na última terça (12), mas não obteve resposta.

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Em 2 de fevereiro, o clube havia respondido a questionamentos sobre o imbróglio envolvendo Carlos Leite com a seguinte nota:

"A direção do Sport Club Corinthians Paulista esclarece que, em momento algum, negou-se a pagar compromissos com fornecedores, parceiros e/ou prestadores de serviço.

O que há é um processo de análise criteriosa dos contratos feitos pela gestão anterior.

Por exemplo: o Corinthians negociou sozinho suas placas de publicidade nos últimos anos. Para que precisou de um intermediário no final da última gestão?

A direção do Corinthians entende que esse processo possa criar descontentamento em alguns, mas reforça que se reunirá com seus credores para buscar o melhor modelo de negociação para o clube. Sempre!'.

Processos

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As companhias do agente que processam o Corinthians são a RC Consultoria & Assessoria Esportiva e a B & C Consultoria & Assessoria Esportiva.

A RC Consultoria acionou o Alvinegro para receber, primeiramente, R$ 10.362.681,75 referentes ao pagamento inicial de um acordo para quitação de antigos débitos. O trato foi fechado em 6 de novembro do ano passado, no final da gestão de Duilio.

O prazo para a parte inicial ser paga expirou em 27 de dezembro, também antes de Augusto Melo assumir a presidência.

A RC pediu que as parcelas que ainda vencerão sejam incluídas na ação. O valor total da dívida que entrou no acordo é de R$ 22.704.746,14.

A Justiça de São Paulo indeferiu um pedido da RC para penhorar valores que o Corinthians tem a receber da Brax e também rejeitou uma solicitação de efeito suspensivo do clube.

A B&C Consultoria & Assessoria Esportiva, também pediu à Justiça penhora de créditos do Corinthians com a Brax.

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Inicialmente, o pedido foi de um bloqueio de R$ 759.448,30. O valor é referente a um acordo, também assinado na gestão de Duilio, para quitar dívida de R$ 33.415.726,61.

Cláusula do acordo entre as partes, diz que, a fim de garantir o adimplemento das parcelas, o Corinthians cede à B&C o crédito parcial decorrente do contrato de placas de publicidade firmado com a Brax com validade entre 2025 e 2029.

Nesta ação, a empresa de Leite solicita que sejam repassados para ela 30% de todos os valores a serem pagos pela Brax ao Corinthians.

No último dia 2, foi publicada decisão da Justiça contrária à empresa. O entendimento do juiz Rubens Pedreiro Lopes foi de que a B&C não tinha elementos para propor uma ação de execução, que ocorre quando o crédito cobrado é líquido e certo. Isso porque a Brax não assinou o documento assinado por Duilio.

A empresa contestou a decisão e teve um pedido de efeito suspensivo negado. Há ainda um recurso da B&C para ser julgado.

Na ação, a B&C cobra valores relacionados a intermediações de contratos de Cássio, Fágner, Renato Augusto, Gil, Matheus Mathias, Matheus Vital e Camacho.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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