James virou peso para o SPFC, mas não pode ser usado para encobrir erros
James Rodríguez virou um peso para o São Paulo. A constatação disso ocorreu na eliminação do Tricolor nas quartas de final do Paulistão diante do Novorizontino.
Se parte da torcida pediu a entrada do colombiano e protestou contra o técnico Thiago Carpini num jogo decisivo do Estadual, imagine o que vai acontecer se ele estiver no banco numa partida complicada de mata-mata da Libertadores. Será um inferno para o treinador.
A menos que o colombiano se recupere e conquiste uma vaga no time titular, Carpini vai ser pressionado a cada tropeço da equipe com James no banco. Ele terá que dar explicações sobre tudo relacionado ao badalado jogador.
Foi o que rolou depois da queda no Campeonato Paulista. O treinador foi questionado pela imprensa a respeito de não ter colocado James antes na partida e por ele não ter cobrado um dos pênaltis.
Mesmo agindo com elegância, o técnico expôs seu comandado ao se justificar. Disse que o colombiano não pediu para bater uma das penalidades.
Carpini não tinha outra saída. Precisava se defender. A tendência é que casos assim se repitam, desde que James não dê a volta por cima. Tal situação gera desgaste no ambiente e pode se tornar uma guerra fria com o colombiano de um lado e treinador, diretoria e talvez até alguns atletas do outro. O ambiente ficaria pesadíssimo.
Lembra do clima no Corinthians entre Luan e diretoria? É sobre por aí. A diferença é que naquele caso a torcida queria a cabeça do jogador.
Carpini precisará de habilidade para lidar com a situação. Cabe a ele ajudar James a evoluir. Também é sua a responsabilidade de avaliar se chegar o ponto em que a perspectiva de evolução é próxima a zero.
O diagnóstico não pode ser tardio. A partir dele a diretoria deve conversar com o jogador para encontrar uma solução que permita que o atleta siga sua carreira em outro lugar.
Por outro lado, o fracasso do colombiano não pode virar escudo para erros do treinador, dos outros jogadores e dos cartolas.
Por exemplo: a culpa da eliminação no Paulistão não pode ser colocada toda em James por ele não ter desequilibrado nos poucos minutos em que jogou e por não ter participado da disputa de pênaltis. A responsabilidade é de comissão técnica, todos os jogadores e da diretoria.
É importante lembrar que críticas a James respingam na direção. Foram os dirigentes que resolveram apostar num astro que havia muito tempo não apresentava um futebol próximo de seu melhor. Nada do que está acontecendo é surpreendente.
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