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União política que elegeu presidente do Corinthians já expõe desgaste

Antes de Augusto Melo completar quatro meses na presidência do Corinthians, no começo do próximo mês, a união de grupos políticos que o elegeu já se desgastou.

Disputas por cargos nos poderes internos do clube, divergências em relação aos métodos de gestão e cobranças de promessas de campanha abalam a aliança que tirou do poder o Renovação e Transparência.

O grupo liderado por Andrés Sanchez estava no comando da agremiação desde 2007. Seu candidato, André Luiz Oliveira, o André Negão, foi derrotado no pleito de novembro do ano passado.

Os primeiros tremores na base de sustentação de Augusto aconteceram nas movimentações internas para as indicações para a disputa das presidências do Conselho Deliberativo (CD) e do Cori (Conselho de Orientação).

A tensão interna se tornou pública na semana passada com entrevista dada pelo diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão, ao GE.

Ele atacou Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, eleito com apoio da situação.

Rubão acusou Tuma de tentar instalar um governo paralelo ao nomear comissões do CD para acompanhar e fiscalizar as atividades de cada diretoria, incluindo a de futebol.

Em sua resposta, Tuma lembrou que as comissões estão previstas no estatuto do clube. Ele mandou o diretor de futebol explicar o desempenho pífio do time. Foi um spoiler sobre como a crise política pode atingir o vestiário.

O presidente do CD integra uma das alas que foram importantes para a eleição de Augusto, a União dos Vitalícios. Membro desta corrente política, Osmar Stabile foi eleito primeiro vice-presidente do Alvinegro.

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Ao denunciar uma suposta tentativa de criar um governo paralelo, Rubão disse: "Não vamos admitir de forma alguma".

A coluna enviou mensagem para o presidente do clube perguntando se ele autorizou o diretor de futebol a falar em seu nome. Augusto não enviou resposta, assim como a assessoria de imprensa do Corinthians, acionada em seguida.

No entorno presidencial, no entanto, a informação é de que Rubão não consultou Augusto antes de se pronunciar e de que sua fala representa seu pensamento individual.

Distanciamento

Em outro sinal de desgaste da base aliada, diretor de futebol e presidente se distanciaram. Internamente, o afastamento é explicado por críticas de um a ações do outro. Publicamente, ambos negam estarem rompidos.

Rubão foi o principal costureiro da colcha de retalhos política que elegeu Augusto. Hoje, ele não participa das principais ações do departamento. Elas estão concentradas no executivo Fabinho Soldado e no presidente corintiano.

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Indagado em entrevista após a derrota do Corinthians para o Red Bull Bragantino sobre a possibilidade de Rubão deixar a diretoria, Augusto respondeu: "vai ter mudança, pode ter certeza. Vai ter mudança em tudo, pode ter certeza disso". A declaração esquentou mais o ambiente no Parque São Jorge.

Insatisfação

Existem outros pontos da rede que elegeu Augusto com sinais de desgaste. Há integrantes da gestão que se queixam nos bastidores de que Augusto não colocou em prática na administração processos prometidos durante a campanha. Pelo menos uma reunião entre os descontentes para tratar sobre a possibilidade de eles pedirem demissão aconteceu. Porém, prevaleceu o entendimento de dar mais tempo para Augusto atender aos pedidos.

Longe dos microfones, apoiadores do presidente reclamam que não são ouvidos como esperavam. Eles descrevem o presidente como centralizador e fechado com um pequeno grupo de homens de confiança.

Na última quinta, a coluna tentou ouvir Augusto por meio da assessoria de imprensa do Corinthians sobre os questionamentos de parte de seus aliados e a respeito do abalo em sua base de apoio. Não houve resposta até a publicação deste post. O espaço segue aberto.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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