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Problema técnico é mais relevante para Corinthians do que dor por Cássio

É natural que a discussão sobre saída de um grande ídolo de um clube gire em torno da questão afetiva. O papo é sobre quem foi o ingrato da relação. Tem sido assim com o iminente adeus de Cássio ao Corinthians.

Porém, o lado sentimental não pode encobrir a questão técnica. Esse será o aspecto mais importante para o Alvinegro a partir da concretização do fim do ciclo do goleiro.

O modelo de rescisão contratual pode ser definido ainda nesta quinta (16), abrindo caminho para o camisa 12 rumar para o Cruzeiro.

O problema do Corinthians é maior do que a dor de ver um dos maiores jogadores de sua história partir.

Cássio está prestes a deixar o Alvinegro num momento sensível do clube em relação ao gol.

O atual titular, Carlos Miguel, é promissor, mas precisa ganhar mais experiência. Em sua recente trajetória como dono da posição acumula muitas defesas difíceis e apenas uma falha que resultou em gol sofrido. Ele admitiu que falhou no lance em que o Flamengo abriu o placar na vitória rubro-negra por 2 a 0 pelo Brasileirão, no Maracanã.

Aos 25 anos, o novo titular ainda precisa se firmar porque nenhum treinador corintiano até aqui cuidou melhor da passagem de bastão que se aproximava. Eventuais instabilidades são normais nesta fase.

No entanto, mesmo que Carlos Miguel deslanche rapidamente, há o risco de suspensões e lesões. Ter Cássio na reserva seria uma tranquilidade.

Nenhum clube do país pode se dar ao luxo de ter no banco um goleiro do nível dele, apesar da fase irregular que o fez perder a posição.

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Sem Cássio, Matheus Donelli passaria a ser o primeiro reserva. Aos 21 anos, ele tem pouca rodagem no time profissional.

Assim, o Corinthians não terá tempo para chorar a saída de Cássio, caso ela seja consumada. Terá que decidir se mantém Donelli como primeira opção no banco ou se vai ao mercado buscar um goleiro mais calejado. A janela de transferências no Brasil abre em julho.

Se for às compras, não deverá achar alguém do nível do camisa 12. Os da mesma qualidade são poucos, caros e titulares em seus clubes.

Por isso a dor de cabeça do Corinthians é maior do que e a dor no coração de pensar em ver o Gigante com outra camisa.

O debate sobre se ele foi ingrato com o clube ou foi vítima de ingratidão não merece a energia da diretoria agora. Há uma questão prática a ser resolvida.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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