Presidente do Corinthians é pressionado para afastar dois membros da gestão
Augusto Melo, presidente do Corinthians, está sendo pressionado por uma parte dos integrantes de sua diretoria a afastar dois dirigentes.
Os alvos são Marcelo Mariano, diretor administrativo, e Sergio Moura, superintendente de marketing (cargo remunerado). O motivo é o desgaste provocado pelos desdobramentos do pagamento de comissão pela intermediação do contrato de patrocínio com a VaideBet.
Os pedidos são por desligamentos provisórios, até que o caso seja melhor apurado pelo clube, ou definitivos. A cobrança existe apesar de não haver comprovação ou acusação de ações irregulares por parte dos dois.
Na última segunda (20), Augusto ouviu numa reunião com alguns dos integrantes de sua administração pedidos pela saída da dupla. Mariano estava presente.
No mesmo dia, o blog do jornalista Juca Kfouri, no UOL, havia mostrado existir indício de uso de laranja em movimentação financeira da empresa paga por intermediar o acordo entre o Alvinegro e o site de apostas.
Moura e Marcelinho, como também é conhecido Mariano, foram citados na reportagem.
A coluna apurou que Augusto disse no encontro que, se forem apresentadas provas que demonstrem a participação dos dirigentes em atos ilícitos, eles serão afastados. Além de integrantes da gestão, há conselheiros da base aliada do presidente que cobram a saída da dupla.
O superintendente de marketing começou a ser pressionado quando reportagem da "Gazeta Esportiva" mostrou que o Corinthians se comprometeu a pagar R$ 25,2 milhões de comissão para Rede Social Media Design pela intermediação do acordo com a VaideBet. A empresa trabalhou na campanha de Augusto à presidência.
Em entrevista ao "Alambrado Alvinegro", Moura afirmou que conheceu Alex Cassundé, dono da intermediadora, um ano antes da campanha do ano passado.
Para piorar a situação, o ex-diretor de futebol Rubens Gomes disse à "TV Gazeta" que ouviu de Augusto que o próprio presidente tocou a negociação com a VaiDebet, antes de vir à tona o pagamento parcelado da comissão.
A pressão sobre o superintendente de marketing aumentou depois de a coluna de Juca Kfouri apontar que a Rede Social Media recebeu R$ 1,4 milhão como parte da comissão e na sequência fez pagamentos de R$ 580 mil e R$ 462 mil para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. Só que a empresa teria como sócia uma mulher que diz desconhecer ser proprietária da Neoway, segundo a reportagem.
O mesmo post diz que Marcelinho determinou o pagamento de R$ 1,4 milhão devido para a Rede Social Media na ausência do diretor financeiro, Rozallah Santoro, que estava viajando. Isso colocou o diretor administrativo sob pressão.
Argumentos
Os que defendem o afastamento de Moura e Marcelinho afirmam que Augusto precisa tomar uma atitude para mostrar que dá ao caso a devida importância.
A inércia, alegam, pode dar a impressão de que o presidente e os demais diretores não se incomodam com a situação e que não há interesse em esclarecer o episódio.
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Quero receberOutro argumento é o de que, se ambos continuarem em seus cargos, a pressão não vai parar. A aposta é que os desgastes da imagem da gestão e do clube só vão aumentar.
Os que querem as duas saídas ressaltam que não estão afirmando que ambos cometeram atos irregulares. Porém, sustentam que com eles na gestão o Corinthians não vai parar de sangrar.
Dirigentes não respondem
A coluna enviou para Marcelinho e Sergio perguntas relacionadas às citações a eles nesta reportagem. Nos dois casos, as mensagens de texto foram visualizadas, mas não houve resposta.
Augusto
A coluna também tentou ouvir o presidente do Alvinegro. Porém, a assessoria de imprensa do Corinthians respondeu que: "o clube não irá comentar pautas e reuniões internas que acontecem no dia a dia".
Na segunda-feira, o clube divulgou a seguinte nota:
"O Sport Club Corinthians Paulista tomou conhecimento da acusação publicada na imprensa na tarde desta segunda-feira (20) e reafirma que todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas. O clube destaca que não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros. Caso sejam apresentadas quaisquer provas de ilícitos, estes serão discutidos junto ao Conselho Deliberativo para providências que se fizerem necessárias".
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